Prisões por pedofilia triplicaram no país nos primeiros meses de 2023, revela PF

De acordo com informações exclusivas transmitidas pelas Metrópoles junto à Polícia Federal (PF), as prisões relacionadas à pedofilia no Brasil tiveram um aumento significativo nos primeiros quatro meses deste ano. Um total de 94 pessoas foram detidas sob acusação de crimes cibernéticos de abuso sexual de crianças e adolescentes, representando um aumento de 194% em comparação com o mesmo período em 2021, quando ocorreram 32 prisões no país.

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No mesmo intervalo de tempo, o número de operações da PF para combater a produção e o comércio de pornografia infantil na internet também registrou um aumento significativo, passando de 66 para 157 operações.

O mês de janeiro de 2023 apresentou o maior número de prisões de pedofilia desde 2021, com 50 casos. Um desses casos ocorreu no dia 22 de maio em Itapevi, na região metropolitana de São Paulo, durante a Operação Finito da PF. Um homem foi preso após a polícia constatar que ele utilizava o aplicativo de mensagens Telegram para obter e compartilhar imagens de pornografia infantil. O uso desse aplicativo para pedofilia, sem qualquer tipo de controle, foi revelado pelo Metrópoles.

Entre os indivíduos detidos por pedofilia, há desde os líderes religiosos até policiais

Os criminosos que comercializam pornografia infantil aproveitam-se do anonimato e agem livremente, oferecendo fotos e vídeos com preços que variam de R$ 4 a R$ 500. Entre os indivíduos detidos por pedofilia, há desde os líderes religiosos até policiais. Em outubro do ano passado, por exemplo, a PF prendeu um pastor evangélico em Porto Velho (RO) que armazenava fotos e vídeos de abusos sexuais a crianças em seu celular.

Em março de 2022, um oficial da Polícia Militar de Castanhal, no Pará, foi preso em sua residência com material de pornografia infantil em seu notebook. A Corregedoria Geral da Polícia Militar acompanha o caso e o oficial será julgado pela Justiça Comum.

Em entrevista ao Metrópoles, a Polícia Federal afirmou que está combatendo a pedofilia em parceria com a Polícia Civil de todos os estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, bem como com o Ministério Público de cada localidade e a Secretaria Nacional da Segurança Pública. No estado de São Paulo, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) trabalha em conjunto com a Polícia Federal para combater a pedofilia com crianças e adolescentes por meio da 4ª Delegacia de Combate à Pedofilia.

Em 19 de maio deste ano, a referida delegacia especializada prendeu um comerciante chamado Edson Shigueyoshi Muratade, de 45 anos, após descobrir mais de 20 mil arquivos de pornografia infantil em sua residência, localizada na zona leste da cidade de São Paulo. No entanto, ele foi solto no dia seguinte após passar por uma audiência de custódia.

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Imagem: Veja

Durante o interrogatório na 4ª Delegacia do DHPP, o comerciante confessou que começou a baixar arquivos de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes quando morava no Japão, para onde se mudou aos 15 anos. Ele retornou a São Paulo em 2011 e atualmente mantém um comércio de frutas e verduras. A defesa do acusado não foi localizada.

Na última quarta-feira (7/6), a Polícia Civil prendeu um pastor evangélico chamado Joilson da Silva de Freitas Santos, de 39 anos, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, sob suspeita de abusar sexualmente de crianças e adolescentes da Igreja Batista da Lagoinha.

De acordo com as investigações conduzidas pelo 5º Distrito Policial de Guarulhos, o pastor liderou um grupo de crianças e adolescentes há aproximadamente 12 anos. Ele se autodenominava “discípulo” e ministrava “ensinamentos” sobre o comportamento dos jovens do grupo, incluindo orientações sobre como evitar a promiscuidade. Segundo as informações levantadas pela Polícia Civil, o líder religioso obrigou as vítimas a pesquisar vídeos e fotos pornográficas na internet e, posteriormente, as chantageava.

Uma pessoa que foi vítima do religioso relatou à polícia que ele ameaçava que o “diabo levaria sua alma” se não tivesse relações sexuais com ele. A defesa do religioso não foi encontrada. No mês passado, o frei da Igreja Católica Elvécio de Jesus Carrara, de 54 anos, foi preso em São Paulo como parte de uma operação policial contra a pedofilia comandada pela Polícia Civil de Minas Gerais.

De acordo com o assunto, ele abusou sexualmente de adolescentes dentro de uma organização não governamental que ele utilizou como fachada. Essa instituição supostamente oferecia serviços educacionais aos jovens.

Em São Paulo, a Polícia Federal realizou 13 operações contra crimes cibernéticos relacionados ao abuso sexual de crianças e adolescentes entre janeiro e abril deste ano, resultando em três prisões. No mesmo período do ano passado, foram detidos 17 criminosos durante 23 ações de combate à pedofilia.

Adquirir, vender, possuir ou armazenar, de qualquer forma, fotografias, vídeos ou outros registros contendo cenas de sexo explícito ou pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes é considerado crime de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena prevista varia de quatro a oito anos de prisão.

Fonte: Metrópoles