Professor é afastado por dizer que vítima pode colaborar com o crime
Fábio Pinha Alonso, professor do curso de direito do Centro Universitário Unifio de Ourinhos (SP), foi afastado da instituição após ministrar uma aula online e falar que a vítima de estupro pode colaborar com o crime.
Afastado por dizer que vítima de estupro pode colaborar com o crime
Além de professor, Fábio também era coordenador do curso de direito. Sendo assim, a universidade publicou uma nota na última terça-feira (20), informando que, por causa do incidente, o professor foi afastado também das funções administrativas que exercia.
Durante a aula, o professor ainda havia questionado os alunos sobre quem seria mais fácil de estuprar, uma freira ou uma menina com cinta larga:
Vamos pensar: o que é mais fácil estuprar? Uma freira de hábito ou aquela menininha com a cinta larga? Fala para mim. Que vítima colabora mais com a prática do crime de estupro? Eu estou falando em tom de brincadeira, mas eu quero que vocês imaginem isso.
Em outro momento da aula, Fábio falou sobre violência doméstica e o fato de a mulher subserviente ter menos chance de ser vitimada do que a “bocuda”:
Quem apanha mais? Não estou dizendo que isso tem feito, estou falando para vocês, vamos ser realistas. Quem apanha mais? A mulher passiva, que fica quietinha, que vê quando o marido chegou de cara cheia, ou aquela que começa ‘aí, bebeu de novo, trabalhar que é bom você não quer, né seu vagabundo?’ Quem apanha mais? A quietinha ou a bocuda?
Diante das falas, estudantes da instituição remeteram uma carta aberta à direção da universidade, pedindo o afastamento de Fábio e cobrando ações diretas contra o professor. O documento foi assinado por alunos de diferentes períodos do curso de direito.
O professor também foi à TV TEM, momento em que alegou ter sido infeliz na fala e no exemplo dado, ao indicar que a vítima da violência sexual poderia ‘colaborar’ com o ato.
No entanto, os alunos afirmaram que:
Por mais que a gente tenha conversado já com o professor sobre o ocorrido, as recentes entrevistas por ele dadas aos meios de comunicação, que agora estão sendo divulgadas, demonstram que o que foi exposto pelos alunos ainda não foi por ele compreendido, sendo este o primeiro ponto de nossa nota.
*Esta notícia não reflete, necessariamente, o posicionamento do Canal Ciências Criminais
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