Explosão política: programa Firstmile espiona de deputados a senadores, incluindo ex-aliados de Bolsonaro
Deputados e Senadores são alvo de espionagem pelo programa Firstmile
Em uma revelação alarmante, foi descoberto que deputados federais e senadores que antes eram aliados do ex-presidente Bolsonaro e posteriormente abriram divergência durante seu governo, passaram a ser secretamente rastreados pelo programa Firstmile. Esta prática, geralmente utilizada para monitorar terroristas e criminosos, foi aplicada de maneira irregular para fins políticos.
Entre os deputados federais vitimados pelo programa de espionagem, encontram-se Kim Kataguiri e Alexandre Frota, ambos anteriormente aliados de Bolsonaro. Além deles, Rodrigo Maia, que foi presidente da Câmara no primeiro biênio do governo Bolsonaro, também foi alvo das atividades de monitoramento.
Leia mais:
Golpe com deepfake causa perda de R$ 126,5 milhões a uma multinacional
Jovem morre durante relação sexual com jogador do Corinthians, advogado diz que não houve crime
Investigadores da Polícia Federal descobrem esquema de espionagem
Os investigadores da Polícia Federal obtiveram acesso aos números dos telefones rastreados, mas não diretamente aos nomes dos espionados, tornando o levantamento um processo minucioso e demorado: foram registrados mais de 60 mil acessos pelo programa espião.
O esquema de monitoramento ilegal se estendeu até integrantes do Senado, incluindo membros da CPMI da covid, como os senadores Otto Alencar, Rogério Carvalho, Omar Aziz, Humberto Costa, Alessandro Vieira, Renan Calheiros, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Randolfe Rodrigues.
Quem estava por trás do esquema de espionagem?
O esquema de monitoramento ilegal supostamente foi liderado por Alexandre Ramagem, delegado da PF e ex-diretor da Abin. No entanto, as investigações apontam que a cabeça do esquema seria Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio e filho do ex-presidente. Ambos negam participação na prática ilegal e ainda não foram ouvidos pela Polícia Federal.
O ministro Cristiano Zanin concedeu um prazo de 10 dias para o Congresso apresentar informações sobre a regulamentação do uso de programas desse tipo pelo poder público. Enquanto isso, o presidente do congresso, Rodrigo Pacheco, aguarda do Supremo Tribunal Federal a lista completa de deputados e senadores que foram monitorados ilegalmente.