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‘Quase mensalmente tem um plano para me matar’, diz promotor alvo de ameaças do PCC

A Polícia Federal realiza na manhã desta quarta-feira (22) uma operação que prendeu integrantes do PCC que pretendiam sequestrar e matar servidores públicos, entre eles, o ex-juiz e senador Sérgio Moro e o promotor de justiça, Lincoln Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) de São Paulo.

Segundo o promotor, desde que pediu a remoção do líder do PCC, Marcola, para o presídio federal de Brasília, a facção virou a sua vida de cabeça para baixo e ele é constantemente alvo de planos envolvendo os criminosos. Lincoln atua investigando o PCC há 18 anos.

“Não é surpresa para mim. Convivo com isso há mais de quatro anos. Desde que fiz a remoção (de Marcola, líder da facção, para o presídio federal), minha vida virou de cabeça para baixo. Quase mensalmente tem um plano para me matar”, relatou o servidor público.

promotor
Lincoln Gakiya, integrante do GAECO de São Paulo que foi alvo de plano de sequestro do PCC

PF descobre plano de PCC para sequestrar e matar promotor e outros servidores

O plano em questão foi descoberto através de um depoimento colhido pelo Ministério Público de uma testemunha durante uma investigação no final de janeiro. Ela teria afirmado às autoridades que a ação foi articulada por uma espécie de “departamento de homicídios” da facção criminosa, que usava um codinome para se referir a Moro – que, segundo investigadores, era “Tóquio”. De acordo com Lincoln, as lideranças do PCC estavam incomodadas com o fim da visita íntima nos presídios federais.

Após tomar conhecimento do fato, o MP informou a Polícia Federal e a Polícia Legislativa do Senado, e segundo as investigações, o PCC criou um setor responsável na facção chamado de “setor de sintonia restrita”, conhecido como “departamento de homicídios e atentados”.

“Os presos odeiam o Moro por causa disso. Por causa da portaria que proíbe isso no sistema federal. A ordem veio de lá. Creio que queriam um sequestro, mas poderia ser execução também”, disse o promotor.

A ordem para sequestrar e matar Sérgio Moro e o promotor Lincoln Gakiya veio após a transferência de Marcola, líder do PCC, para o presídio federal. O pedido de transferência foi feito por Gakiya, e à época, Moro era o ministro da justiça.

Estamos vendo a ousadia desses criminosos. Criaram um setor para isso. Alugaram casas, chácara. É algo estarrecedor. Sou mais um dos alvos. Mas minha maior surpresa foi ser também contra o Moro”, completou Lincoln sobre o caso.

A operação da Polícia Federal deflagrada nesta quarta-feira contou com 120 agentes e 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. De acordo com a PF, a investigação durou 45 dias.

Fonte: G1

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