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Promotor será julgado pela morte da esposa no caso Lorenza

Na data de hoje, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) julgará o promotor André Luiz Garcia de Pinho, que foi acusado pela morte de Lorenza Maria de Pinho, de 41 anos. A vítima foi encontrada morta em seu apartamento no bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, em 2 de abril de 2021.

De acordo com informações divulgadas, um médico da emergência do Hospital Mater Dei constatou o falecimento da vítima.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) conduziu uma investigação, com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), e após buscas no apartamento do casal, concluiu que o marido da vítima, André Luiz Garcia de Pinho, foi o responsável pelo crime.

Ele encontra-se detido desde abril de 2021. Segundo a polícia, o suspeito alegou que sua esposa havia se engasgado enquanto dormia, após tomar medicamentos e consumir bebidas alcoólicas, no dia em que ocorreu o falecimento.

Dois médicos, que foram indiciados, emitiram um atestado de óbito confirmando a versão do promotor, mas outra perícia realizada no Instituto Médico Legal apontou que a causa da morte foi intoxicação e asfixia por enforcamento.

Durante uma audiência de instrução no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o promotor negou ter matado a mulher e negou todas as acusações quando questionado pelo desembargador. Todos os familiares da vítima já foram ouvidos no processo.

A investigação sobre a morte da mulher do promotor André de Pinho teve início em Belo Horizonte em 3 de abril de 2021, quando a polícia começou a apurar as circunstâncias do falecimento. No dia seguinte, o promotor foi preso em casa durante uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Civil no prédio onde o casal morava.

Nos dias seguintes, familiares da vítima foram ouvidos pela Justiça e a guarda dos cinco filhos do casal foi concedida a um médico da família. Este médico afirmou que, antes de morrer, a mulher do promotor fez um documento indicando que ele deveria ficar com a guarda das crianças.

Em 12 de abril de 2021, a certidão de óbito da mulher indicou que a causa da morte foi “autointoxicação por exposição intencional a outras drogas”. No entanto, um laudo do Instituto Médico Legal (IML) obtido pelo G1 em 19 de abril apontou que houve assassinato. Nesse mesmo dia, o médico que atestou o óbito prestou depoimento.

O julgamento do promotor, acusado pela morte da esposa, está marcado para hoje, 29 de março

O procurador-geral afirmou que, se for comprovado que se trata de feminicídio, o Ministério Público irá “até o fim” para que a justiça seja feita. O corpo da vítima foi liberado pelo IML e enterrado em Barbacena em 14 de abril de 2021. Em abril e maio de 2021, várias audiências foram realizadas sobre a morte de Lorenza de Pinho.

Enquanto a defesa do promotor André Pinho negava que ele tivesse cometido o crime, o Ministério Público o denunciou por homicídio qualificado, com detalhes sobre seus motivos e como ele teria esganado a vítima. Além disso, médicos que atestaram a morte de Lorenza foram denunciados por falsidade ideológica.

O pai de Lorenza comemorou a denúncia, e o promotor foi mantido preso. Houve a suspeita de que a morte de Lorenza pode ter sido parte de um ritual macabro. A defesa de André Pinho entrou com vários pedidos de habeas corpus, mas todos foram negados.

Em agosto, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público e André Pinho se tornou réu.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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