Um ano provando a inocência: ‘Ficou lá até a morte’, diz mãe de motoboy que morreu na prisão
O jovem Briner de César Bitencourt, de 23 anos de idade, estava preso na Unidade Penal de Palmas e morreu no dia em que seria finalmente liberado da cadeia. Briner ficou detido por um ano, e por todo o período tentou provar a sua inocência.
Ele acabou adoecendo na unidade prisional e morrendo horas antes de receber o seu alvará de soltura.
Família de motoboy lamenta a morte de Briner: “ficou lá até a morte”
A defesa do jovem cobra explicações ao governo do estado, e a mãe dele lamenta sua morte.
“Meu filho era inocente, ficou um ano preso lá aguardando um juiz. Há vários meses teve a audiência e o juiz não deu a decisão. Acho que em torno de quatro meses que teve essa audiência e o juiz não deu a decisão. Deixou meu filho ficar lá até a morte”.
Élida Pereira se queixa que o judiciário poderia ter evitado a morte precoce do filho.
“Nenhuma mãe merece passar por isso”.
Belyza de César, irmã do jovem, se comoveu com o ocorrido durante uma cerimônia de enterro.
“Ele ajudava, ele arrecadava, ele ia atrás. Realmente tudo o que foi feito com ele foi uma injustiça e a gente vai exigir que a justiça seja feita”.
Briner era motoboy e foi acusado após a polícia fazer uma operação e encontrar uma estufa utilizada para o cultivo de maconha na casa dele.
A defesa do rapaz conseguiu comprovar que, apesar de ele viver no mesmo local, não tinha relação com o crime, e, após um ano preso, ele havia sido absolvido.
A sentença que absolveu o motoboy saiu na última sexta-feira, mas o alvará de soltura acabou demorando uns dias para sair, e antes que pudesse finalmente estar solto, o jovem veio a falecer.
Motoboy teria ficado doente 15 dias antes de sua morte, mas causa do óbito ainda é desconhecida
A Secretaria de Cidadania e Justiça, responsável pelos presídios e detentos no Tocantins, disse que seguiu protocolo pois não tinham autorização de comunicar a família da doença do rapaz, e por isso informaram apenas após o óbito.

Ainda segundo a Secretaria, Briner começou a apresentar sintomas apenas nos últimos 15 dias, tendo recebido todo o suporte médico possível no presídio.
Por fim, informaram que ainda não há um laudo oficial confirmando a causa da morte.
Fonte: G1