O que acontece com psicopatas assassinos quando são presos?
Entendendo a Psicopatia: Uma Discussão Complexa no Sistema Penitenciário
A psicopatia é um termo que sempre gera amplo interesse, seja pela frequência de sua representação em filmes e séries ou pela sua relação com casos notórios no Brasil, como os criminosos Roberto Aparecido Alves Cardoso, conhecido como “Champinha”, e Francisco Costa Rocha, o famoso “Chico Picadinho”. Entretanto, dentro do contexto do sistema penitenciário, a psicopatia continua sendo um conceito difícil de definir e um tema de contínuo debate sobre sua origem e formas de tratamento.
De acordo com a última edição do DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o diagnóstico mais próximo da psicopatia é o transtorno de personalidade antissocial. Porém, isso não significa necessariamente que uma pessoa com este diagnóstico seja psicopata. Dr. Thiago da Silva, psiquiatra forense do NUFOR-IPq (Núcleo de Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica do Hospital das Clínicas, USP), explica que a psicopatia é um quadro mais grave do transtorno de personalidade antissocial.
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Psicopatas versus Antissocial: Qual a diferença?
Segundo Samantha Sá, doutora em psicologia pela PUCRS, ser antissocial é agir de forma contrária às normas e regras sociais e morais, mesmo estando ciente de que está agindo de maneira errada. No entanto, um indivíduo com este diagnóstico não é necessariamente um psicopata.
Mais sobre psicopatas: prevalência e diagnóstico
Estudos feitos em prisões norte-americanas indicam que até 80% dos detidos podem ser diagnosticados com transtorno de personalidade antissocial, enquanto apenas 15% atendem aos critérios de psicopatia, evidenciando a diferença entre as duas condições. Matheus de Oliveira Silva, psicólogo forense e especialista em perícia psicológica e neuropsicológica pelo IPq, reforça que não podemos esquecer que todos nós temos traços de psicopatia, mas o problema ocorre quando esses sintomas são intensos a ponto de causar prejuízos à sociedade.
Como é feito o diagnóstico de psicopatia?
O diagnóstico de psicopatas não é simples e carece de um olhar cuidadoso e detalhado sobre o comportamento do indivíduo ao longo de sua vida. No Brasil, um teste chamado PCL-R (Lista de Verificação de Psicopatia-Revisitada) é usado principalmente em contextos criminais. O teste pontua de 0 a 2 uma série de 20 itens comportamentais e afetivos presentes na pessoa avaliada. Uma pontuação total de 30 ou mais sugere a presença de psicopatia.
Quais as causas da psicopatia?
As causas da psicopatia ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que fatores ambientais e genéticos possam contribuir para seu desenvolvimento. Há ainda estudos em andamento buscando entender as alterações cerebrais desses indivíduos. No entanto, vale lembrar que a psicopatia não tem cura e o principal foco é o gerenciamento dos sintomas.
Fonte: UOL