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Quadrilha lavava dinheiro com venda de kits de churrasco e roupas no RJ, revela polícia

Quadrilha de contraventores usava venda de kits para churrasco para lavagem de dinheiro

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) expuseram recentemente uma fraude realizada por uma quadrilha de contraventores. A empresa do grupo faturava cerca de R$ 1,2 milhão por mês, movimentando mais de R$ 22 milhões nos últimos cinco anos, através da venda de kits de churrasco incluindo pão de alho, carvão e picanha.

Segundo as investigações, os altos ganhos eram justificados pelos valores superfaturados dos kits. Entretanto, os relatórios da polícia evidenciam que tais valores eram, na verdade, frutos de atividades ilícitas do grupo.

Quadrilha de contraventores usava venda de kits para churrasco para lavagem de dinheiro
Imagem: Reprodução/G1

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Quadrilha também lavava dinheiro através de um posto de gasolina

A quadrilha de contraventores não se limitava à venda de kits de churrasco para suas atividades ilícitas. Eles também empregavam um posto de gasolina localizado em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, como parte de seu esquema de lavagem de dinheiro.
Este posto de gasolina, conforme as apurações, faturou quase R$ 30 milhões em apenas oito meses, gerando uma renda mensal de R$ 3 milhões.

Venda de roupas como fachada para atividades ilícitas

Outra parte da quadrilha conseguiu prosperar lateralmente por meio da venda de roupas. Os investigadores identificaram uma loja localizada em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, que registrou um movimento de R$70 milhões em um período de sete meses em 2021, mesmo durante a pandemia.

A empresa Rosabaya Comércio de Roupas e Acessórios, aberta com um capital social de apenas R$ 100 mil, é apontada como parte do esquema do grupo, com Allan Diego Magalhães de Aguiar, identificado como laranja de Bernardo Bello, sendo indicado como proprietário.

Entre os envolvidos no esquema da quadrilha está a mãe de Bello, Sonia Maria Rossi, cujas contas foram bloqueadas pela justiça após a operação realizada na última quinta-feira (7).

Operação Ás de Ouros 3

A operação Ás de Ouros 3 é uma força-tarefa do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCor-LD) da Polícia Civil do RJ e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ, que visava capturar Bernardo Bello e ex-PM Marcelo Sarmento Mendes, conhecido como Repolhão.

O esquema também envolve propriedades de luxo, como a ‘Casa de Vidro’ em Barra da Tijuca, atualmente alugada para o atleta Erick Pulgar, sem envolvimento nas investigações. A busca por esclarecimentos a respeito de possíveis irregularidades na locação da propriedade é mais uma frente na operação para desmantelar o grupo criminoso.

Bello já foi foragido cinco vezes

Bernardo Bello, sensação da operação, tem um passado sombrio. Ele já foi considerado foragido cinco vezes, inclusive sofrendo detenção na Colômbia. O contraventor responde, em liberdade, por um tentado de homicídio realizado no país sul-americano.

Em novembro de 2022, Bello se tornou um alvo procurado novamente, desta vez na Operação Fim da Linha, por corrupção e lavagem de dinheiro. A operação iniciou após uma denúncia sobre um bingo clandestino em Copacabana, na Zona Sul do Rio, que supostamente operava com a permissão de policiais militares.

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