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Associações de imprensa repudiam queixa-crime oferecida por Alexandre Ramagem

As Associações Nacional de Jornais (ANJ), Brasileira de Imprensa (ABI) e Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) manifestaram-se contra a queixa-crime apresentada pelo deputado federal eleito Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-delegado da Polícia Federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra os jornalistas Guilherme Amado e Fábio Leite.

Ramagem
Alexandre Ramagem. Imagem: UOL

Ramagem apresentou queixa-crime contra os jornalistas pelos crimes de calúnia e difamação por reportagens publicadas no ano de 2020 nas revistas Época e Crusoé. As reportagens falavam sobre  interferências da Abin na investigação criminal contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Guilherme Amado e Fábio Leite disseram em suas colunas que existiam relatórios produzidos pela ABIN e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República para orientar advogados do senador. Após a notícias, foram expedidos Mandados de Segurança coletivos e petições pedindo a apuração das denúncias de participação da Abin.

Reação das Associações contra a queixa-crime de Ramagem

Em nota, o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, disse:

“Uma ação deste teor se enquadra na longa e assustadora lista de tentativas de intimidação da liberdade de imprensa no Brasil nos últimos anos. Em democracias, a imprensa conta com um ambiente de liberdade plena para exercer seu imprescindível papel de vigilância dos poderes públicos, sem ameaças de natureza política, ideológica ou judiciais”

Já a associação brasileira de imprensa manifestou-se sobre o ocorrido afirmando que a medida judicial tomada contra os jornalistas Guilherme Amado e Fábio Leite, é “um grave sintoma do enfraquecimento do Estado democrático de Direito brasileiro” e “mais uma tentativa de intimidação da imprensa brasileira”.

Por sua vez, a associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também prestou o seu apoio aos jornalistas acusados, e afirmou que a queixa-crime em questão é “extremamente preocupante” e que tentava criminalizar a conduta de repórteres de credibilidade e reconhecidos no país justamente pelo trabalho em apurações robustas, e que a atitude de Ramagem foi motivada pelo fato dos jornalistas terem revelado “dezenas de ilegalidades da administração pública de todos os espectros partidários”.

A Abraji disse ainda que a profissão de jornalismo  se tornou “uma batalha constante contra acusações, sem provas, de que profissionais produzem, deliberadamente, ‘narrativas inverídicas e levianas'”.

Fonte: Conjur

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