Vale a pena tratar e reabilitar pessoas que cometeram crimes de natureza sexual? Entenda
O tratamento de indivíduos que cometeram crimes de natureza sexual
Há sempre uma série de questões que surgem ao se considerar crimes de natureza sexual e a possibilidade de tratamento para os indivíduos que os cometem. Os criminosos sexuais devem ser tratados? Esses atos são sinal de doença mental e, se sim, os criminosos sexuais podem ser curados? Esses e outros questionamentos complexos afligem tanto o público em geral como a comunidade científica.
No entanto, como resultado de várias décadas de pesquisa, a comunidade científica concluiu que é fundamental intervir nestes casos. A ideia de oferecer tratamento e mostrar empatia e compreensão para para esses indivíduos pode ser desconfortável e polêmica, principalmente devido à gravidade dos crimes e seus impactos nas vítimas.
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Como é o tratamento para os crimes sexuais?
Registra-se aqui que oferecer tratamento a indivíduos que cometeram crimes de natureza sexual não é o mesmo que desculpá-los ou abdicar de suas responsabilidades; é uma forma de prevenir futuras vitimizações e proporcionar uma oportunidade de mudança a esses indivíduos. O tratamento é uma tentativa de diminuir o risco de comportamentos semelhantes no futuro e prevenir a reincidência, não devendo ser visto como punição.
Afinal, é uma doença ou não?
Em relação à ideia de que o comportamento criminoso sexual é uma doença, vale salientar que isso não é necessariamente verdade. Trata-se de um comportamento desviante que pode ou não estar vinculado a uma doença psiquiátrica, tal como a perturbação pedofílica. Mesmo que o indivíduo esteja efetivamente sofrendo de uma perturbação psiquiátrica, isso não deve isentá-lo de responsabilidade pelo crime cometido.
Quais são as abordagens terapêuticas?
Então, quais são as abordagens terapêuticas nesse tipo de tratamento? Ele não “cura” o comportamento sexualmente abusivo, mas as intervenções terapêuticas podem levar a mudanças no comportamento e nas atitudes do indivíduo. As intervenções consistem principalmente em abordagens psicológicas, embora possam também incluir tratamentos médicos, quando diagnosticada uma perturbação psiquiátrica. O tratamento é individualizado e desenvolvido com base em avaliações psicológicas e psiquiátricas.
Como acessar ajuda?
O Grupo Vita, por exemplo, oferece suporte a indivíduos que sofrem com comportamentos sexuais abusivos ou se sentem em risco de cometê-los. Recomenda-se que essas pessoas procurem ajuda profissional mesmo que não tenham cometido crimes de natureza sexual. Contatos e mais informações estão disponíveis no site do Grupo VITA.