Relembre a história do brutal assassinato do ambientalista Chico Mendes
Morte do líder sindicalista e ambientalista Chico Mendes
A memória do líder sindical e ambientalista brasileiro, Chico Mendes, foi lembrada em 22 de dezembro passado, 35 anos após seu assassinato em Xapuri, no Acre. Apesar dos múltiplos pedidos de proteção por parte de entidades ambientalistas, Chico foi brutalmente abatido como resultado de sua luta incansável pela preservação da floresta Amazônica.
Chico defendeu incansavelmente os direitos dos seringueiros da Bacia Amazônica, cujas vidas eram intimamente ligadas à preservação da floresta. Seu ativismo trouxe reconhecimento internacional, porém provocou o ódio dos grandes fazendeiros locais, especialmente da União Democrática Ruralista.
LEIA MAIS:
Suspeito de atirar em Mingau, do Ultraje a Rigor, é preso com arma e drogas em Paraty
O legado de Chico Mendes
Ao longo dos anos, Chico Mendes organizou diversas ações para promover a justiça ambiental. Em 1985, foi responsável pela organização do primeiro Encontro Nacional dos Seringueiros, que resultou na criação do Conselho Nacional dos Seringueiros e de um plano para uma reforma agrária baseada na preservação, as Reservas Extrativistas.
A repercussão internacional
A luta de Chico Mendes pela proteção da floresta e dos direitos dos trabalhadores ganhou projeção internacional após o lançamento do aclamado documentário “Eu Quero Viver” em 1987. O filme, produzido pelo cinegrafista inglês Adrian Cowell, mostrava o dia a dia da luta de Chico Mendes. Entre 1987 e 1988, Chico recebeu o Prêmio Global 500 da ONU na Inglaterra e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society nos Estados Unidos.
O julgamento da morte de Chico Mendes
Dois anos após seu assassinato, o julgamento dos responsáveis pela morte de Chico Mendes foi destaque na imprensa nacional e internacional. O fazendeiro Darli Alves da Silva e seu filho Darci Alves Pereira foram condenados a 19 anos de prisão. Nove anos depois, após uma fuga e posterior recaptura, eles cumpriram seis anos em regime fechado seguidos de tempo em regime semiaberto e depois domiciliar.
O legado imperfeito da proteção ambiental
A morte de Chico Mendes trouxe notoriedade à causa dos seringueiros e foi crucial para a criação da Reserva Extrativista Chico Mendes. No entanto, foi apenas um começo e um caminho imperfeito para a preservação. As reservas extrativistas estão constantemente sob o risco da exploração ilegal. Além disso, devido a mudanças nas políticas ambientais em 2019, a fiscalização dentro das unidades de conservação foi reduzida e chegou a ser suspensa em dezembro daquele ano.