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Vozes silenciadas: Relembre feminicídios que marcaram a história

Feminicídio no Brasil: entendendo a luta contra a violência de gênero

O feminicídio, embora seja um termo relativamente recente, descreve uma realidade brutal e antiga: a morte de mulheres simplesmente por serem mulheres. Incorporado à legislação brasileira em 2015 através do Projeto de Lei 8305/14, essa classificação do homicídio como qualificado e hediondo foi um passo importantíssimo na luta pela proteção da mulher.

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Imagem: reprodução/ G1

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O que é feminicídio?

Define-se feminicídio como o assassinato de uma mulher perpetrado por razões de gênero, seja no contexto familiar, doméstico ou em qualquer outra situação que envolva discriminação ou violência contra a mulher. Este crime é uma das formas mais extremas de violência de gênero e demonstra as disparidades ainda existentes em nossa sociedade.

Origens e Influências históricas do termo feminicídio

A palavra “feminicídio” foi utilizada pela primeira vez em 1976 por Diana Russel, numa conferência sobre crimes contra as mulheres. A ideia era criar um termo que especificasse os homicídios praticados contra mulheres, destacando a natureza de gênero desses crimes. Anos mais tarde, essa terminologia ganhou força na América Latina graças aos esforços de Marcela Lagarde, que observou a frequência desses atos brutais em Ciudad Juárez, no México.

Maria da Penha

Maria da Penha Maia Fernandes foi vítima de violência doméstica pelo seu então marido, que tentou matá-la duas vezes em 1983, resultando em sua paraplegia. Sua luta por justiça durou quase 20 anos, culminando na condenação de seu agressor e na criação da Lei Maria da Penha em 2006. Esta lei brasileira fortaleceu a proteção das mulheres contra a violência doméstica, oferecendo mecanismos legais para a prevenção e punição desses crimes.

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Imagem: reprodução/
Folha – UOL

Daniela Perez

Daniela Perez, atriz e filha da escritora Glória Perez, foi brutalmente assassinada em 1992 por seu colega de elenco Guilherme de Pádua e sua esposa Paula Thomaz. O caso chocou o Brasil e trouxe à tona discussões sobre violência contra as mulheres. A comoção pública e a luta de sua mãe resultaram em mudanças na legislação brasileira, incluindo o aumento das penas para crimes hediondos.

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Imagem: reprodução/ UAI

Ângela Diniz

Ângela Diniz, socialite brasileira, foi assassinada em 1976 por seu companheiro Doca Street, que alegou ter agido em legítima defesa após uma discussão. Inicialmente condenado a uma pena branda, o caso gerou protestos e se tornou um marco na luta contra a violência de gênero. A pressão social e a atuação de movimentos feministas levaram a um novo julgamento, onde Doca Street recebeu uma pena mais severa, simbolizando um avanço no combate à impunidade em casos de feminicídio.

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Imagem: reprodução/ Estado de Minas

Como o feminicídio é enfrentado no Brasil?

Desde a inclusão do feminicídio na legislação como crime hediondo, houve avanços significativos no combate a esse tipo de violência. Contudo, ainda existem desafios importantes, como a necessidade de maior conscientização, tanto no sistema judicial quanto na sociedade, e a implementação efetiva de medidas de prevenção e proteção às mulheres.

Medidas de prevenção incluem educação para a igualdade, campanhas de conscientização, e fácil acesso a serviços de apoio e proteção às vítimas de violência. A luta contra o feminicídio não é apenas sobre punir os culpados, mas principalmente sobre prevenir e educar para que tais crimes não ocorram.

Um compromisso de todos

O combate ao feminicídio é uma responsabilidade coletiva. A legislação é uma ferramenta crucial, mas as verdadeiras mudanças começam na mentalidade e atitudes diárias de cada indivíduo. É essencial que continuemos a falar sobre esse assunto, a desafiar os estereótipos prejudiciais e a educar as próximas gerações sobre igualdade e respeito mútuo.

Questionar, denunciar e discutir são ações fundamentais para que juntos possamos construir uma sociedade mais segura para todas as mulheres. Lembre-se, o respeito e a igualdade começam em atitudes diárias e no repúdio constante a qualquer forma de violência ou discriminação.

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