Saída para segurança do Rio passa por mudança na legislação e cooperação entre estados, defende governador
Crise na segurança pública do Rio de Janeiro: governador busca soluções
O fim de setembro marcou o início de uma crise na segurança pública no Rio de Janeiro após a divulgação de um treinamento de traficantes no Complexo da Maré e a execução de médicos em um quiosque na Barra da Tijuca. Nos eventos subsequentes, policiais civis foram presos por negociar drogas e armas e milícias atacaram a Zona Oeste carioca. Diante desse cenário, o governador Cláudio Castro propõe mudanças significativas na legislação sobre tráfico e milícia e o investimento em inteligência policial.
Ele também informou ao GLOBO seus planos de unir esforços entre os governos estaduais e federal para combater financeiramente os grupos criminosos. Enquanto isso, as operações policiais continuam. Para o governador, esses problemas elucidam o tamanho do desafio enfrentado pela segurança pública, um problema que deveria ser enfrentado nacionalmente e não isoladamente.
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Legislação e o combate ao crime
Apesar de a legislação não ter sido planejada para favorecer o crime, Castro acredita que grandes advogados tiram proveito de lacunas na lei para beneficiar seus clientes. Assim, o Judiciário acaba agindo de acordo com a lei e favorecendo a redução de penas, tornando o crime uma opção “compensatória”. Dessa forma, o governador contesta que a estrutura do Brasil interfere no combate ao crime e beneficia os criminosos.
O papel do estado na parceria com a União para combate à lavagem de dinheiro
Para mitigar a lavagem de dinheiro, está prevista a formalização de um grupo na próxima semana. Para isso, o governador selecionou os melhores auditores, procuradores e investigadores. Ele também deu ordens para a Secretaria de Fazenda elaborar um levantamento de todos os negócios em áreas de milícia e tráfico, incluindo possíveis parentes de traficantes e milicianos que possam ter CNPJs vinculados aos seus CPFs.
Os próximos passos para uma maior segurança
Castro enfatizou a necessidade de alterações estruturais, como a utilização de tecnologias no combate ao crime e a proposta de permitir que as forças estaduais possam atuar diretamente no combate à lavagem de dinheiro. Ele sugere ainda uma tarifa social para serviços de internet, energia e outros, visando tornar a exploração destes serviços por organizações criminosas inviável.
Além disso, o governador relatou que continuará com as operações policiais e que os recentes investimentos em inteligência policial permitirão que as ações sejam mais previsíveis e, por consequência, diminuam a letalidade. Independentemente dos desafios atuais, o governador percebe que o sucesso de suas operações não se mede em vidas perdidas, mas na capacidade de combater a criminalidade de forma estrutural e duradoura.
Fonte: Extra