O assombroso caso do serial killer confesso que, na verdade, nunca matou ninguém; entenda
Sture Ragnar Bergwall: A História do Falso Serial Killer que Abalou a Suécia
Thomas Quick, pseudônimo de Sture Ragnar Bergwall, foi um dos “serial killers” mais famosos da Europa na década de 1990 e incapacitou o sistema judiciário sueco, criando uma história que seria lembrada por muitos anos. No entanto, mesmo sendo apontado como autor de 39 assassinatos com requintes de crueldade, Quick era inocente. Todas as suas confissões eram falsas.
A história de Quick começou a chamar atenção da mídia internacional por seus terríveis crimes, sendo as comparações com o personagem Hannibal Lecter, do filme “O Silêncio dos Inocentes”, algo comum. No entanto, a verdade só veio à tona em 2013, graças às investigações do jornalista sueco Hannes Råstam, com o auxílio de sua assistente, Jenny Küttim.

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Os Erros do Sistema Judiciário Sueco
Após a descoberta da inocência de Quick, todos os processos judiciais contra ele foram revisados e todas as suas condenações anuladas. Rapidamente, o caso Quick chamou atenção para o maior erro jurídico da história da Suécia. Isso levantou diversas dúvidas: Por que Quick mentiu? Por que ele confessou crimes terríveis que não havia cometido? E como ele conseguiu enganar o sistema jurídico sueco por tantos anos?
Quem é Sture Ragnar Bergwall? ele é serial killer?
Conhecido como Thomas Quick, Bergwall era considerado um “perdedor”, um viciado em mentiras e drogas. Membro de uma família cristã que rejeitava a homossexualidade, Quick reprimia sua sexualidade. Essa repressão e a necessidade de chamar a atenção levaram Quick a iniciar um intricado jogo de mentiras sobre crimes horríveis que ele alegava ter cometido, fascinando policiais, psiquiatras e o público em geral.
Investigações e Descoberta da Verdade
A narrativa chocante começou a mudar quando o jornalista Hannes Råstam e Jenny Küttim decidiram aprofundar-se no caso do “serial killer” Quick. Eles examinaram meticulosamente todos os detalhes das confissões do suposto assassino e, trabalhando diretamente com Quick, chegaram ao ponto de ele retratar seus depoimentos. Embora muitas evidências inicialmente apontassem Quick como o serial killer, as verdadeiras falhas começaram a aparecer. O ponto de virada foi quando se descobriu que um “osso”, usado como prova em um de seus julgamentos, era, surpreendentemente, apenas um pedaço de plástico.

A Vida Após Quick’s Fall
Em 2013, após anulação da última sentença de Quick, ele deixou a prisão como um homem livre. Hoje, aos 70 anos, Quick vive uma vida modesta, com uma pequena pensão e longe de todas as atrocidades que ele afirma ter cometido e, é claro, a grande mentira que ele orquestrou.
Neste caso, acredita-se que segredos obscuros do sistema judiciário foram expostos e mudanças ocorreram. No entanto, segundo Jenny Küttim, o suficiente não foi feito para evitar casos semelhantes no futuro.