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Sindicato de servidores questiona nomeação de ex-detento no RS

O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Rio Grande do Sul (AMAPERGS) pediu ao governador a exoneração de um ex-detento, de 63 anos, que foi nomeado para exercer cargo em comissão no qual cuidaria da reabilitação de presos. Depois da ressocialização, Lacir Moraes Ramos  já estava, ao todo, há 31 anos atuando em projetos de reabilitação como pastor evangélico.

Em nota, a AMAPERGS fez menção aos antecedentes do Lacir para questionar a nomeação:

a nomeação do senhor Lacir Moraes Ramos, alcunha Folharada, para trabalhar na Secretaria de Justiça, Sistemas Penal e socioeducativo, como chefe de seção, criou uma inconformidade generalizada. Lembramos que este senhor tem condenação de aproximadamente 200 anos. Sugerimos uma simples reflexão, alguém com perfil similar seria nomeado em algum cargo de chefia na Polícia Civil ou Brigada Militar, ou por instituição da área pública? Outra questão que precisa ser obrigatoriamente observada, é que um candidato do concurso da SUSEPE participa de diversas etapas eliminatórias, entre elas a investigação da sua vida pregressa.

Lacir Moraes Ramos apresentou 23 certidões negativas para demonstrar que não possui qualquer pendência com a Justiça. Ele é natural do Rio Grande do Sul, filho de agricultores e quando ainda tinha 19 anos foi preso pelo furto de um fusca. Depois do primeiro processo, Lacir veio a ser condenado outras vezes por roubo, furto e latrocínio, chegando a ser condenado a 200 anos de reclusão. Contudo, terminou por cumprir 29 anos de pena, dos quais 14 cumpriu em regime aberto.

O ex-juiz da Vara de Execuções Penais (VEC) Sidinei Brzuska, que acompanhou o trabalho de Lacir disse:

Eu perdi a conta, mas foram dezenas, talvez centenas de condenados pela Justiça, foragidos, com mandado de prisão na rua, que o Lacir me apresentava no fórum, para eles cumprirem suas penas e saírem do crime. Esses presos, eu dava um termo de apresentação, uma coisa simples, e eles iam caminhando, voluntariamente, e se recolhiam no fechado. Muitas vezes o Lacir os levava até a porta da cadeia. Ele tem uma visão apurada de quem já pode voltar a viver em sociedade (…) Ele faz um trabalho importante de conscientização do preso, no sentido de mudar de vida. E faz isso com bastante autoridade. Os presos respeitam a palavra de quem, mesmo tendo cumprido praticamente 30 anos, deu a volta por cima.


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