Ousmane Sonko é indiciado pelo crime de “apelo à insurreição” em Senegal
A prisão de Sonko ocorreu na última sexta-feira
No Senegal, Ousmane Sonko, o principal opositor do Presidente Macky Sall, foi formalmente acusado e preso pela justiça de oito crimes cometidos desde 2021, incluindo “incitação à insurreição” e “atentado contra a autoridade do Estado”. Um advogado informou sobre essas acusações com a agência de notícias France Presse. A prisão de Sonko ocorreu na última sexta-feira, após um incidente em que ele teria supostamente roubado o celular de um membro das forças de segurança.
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O opositor de Macky Sall divulgou sua versão dos eventos nas redes sociais, alegando que tomou o celular para apagar as imagens que os agentes estavam gravando dele, mas seu pedido foi recusado. Além disso, no domingo, Sonko anunciou que iniciaria uma greve de fome e apelaria à população a resistir. Em resposta a apelos feitos nas redes sociais para protestar contra a detenção de Sonko, as autoridades decidiram interromper temporariamente o acesso à internet móvel nesta segunda-feira. O governo justificou a medida com a alegação de que havia mensagens odiosas e subversivas que representavam uma ameaça à ordem pública.
“Devido à difusão de mensagens odiosas e subversivas nas redes sociais, no contexto de uma ameaça à ordem pública, o acesso à internet de dados móveis foi temporariamente suspenso, em determinados horários a partir de segunda-feira, 31 de julho”, afirmou o governo.

A condenação de Sonko a dois anos de prisão, em junho, mergulhou o país no maior clima de convulsão social
A Amnistia Internacional condenou a decisão e decidiu que isso representa um atentado à liberdade de informação. As autoridades já estavam preocupadas com a possibilidade de manifestações violentas da população, dado o clima de convulsão social que se seguiu à prisão de Sonko a dois anos de prisão por crime juvenil em junho deste ano, ocorrido em confrontos que custaram a vida de quase vinte pessoas, de acordo com as autoridades.
Fonte: RFI