STJD divulga relatório sobre o combate ao preconceito ao longo de 2022

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) divulgou um relatório que apurou o combate ao preconceito durante o ano de 2022. Segundo o tribunal desportivo, foram denunciados 19 casos e 13 deles resultaram em punição após o julgamento.

O relatório informou ainda que a soma das penas de multa aplicadas chegaram a um valor aproximado de R$ 335 mil, além de um total de cinco partidas e 370 dias de suspensão aos clubes e infratores. As informações foram fornecidas pela Agência Brasil. 

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STJD divulga relatório sobre casos raciais. Imagem: Globo esporte

Segundo o STJD, o número de casos dobrou em relação ao ano anterior

De acordo com o tribunal, das 19 denúncias feitas, seis foram de injúria racial, 11 de cânticos homofóbicos e dois de cunho sexista. 

Esse número dobrou em relação ao ano de 2021, principalmente em relação aos casos de injúria racial. Sobre o relatório, o diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, avaliou:

“Foi o ano que o futebol voltou do período de pandemia, sem torcedores nos estádios, e o futebol volta mais violento, com mais casos de discursos de ódio dentro e fora das quatro linhas”

Porém, apesar de justificar o aumento das registros em razão da volta dos torcedores aos estádios, Marcelo Carvalho avaliou como inadmissível a ocorrência de crimes no ambiente esportivo:

“Isso é inadmissível. Precisamos cada vez mais trabalharmos em conjunto com todas as organizações para que o racismo não entre dentro do futebol. O racismo não pode existir em lugar algum da sociedade, mas no esporte que é um instrumento de socialização, jamais. Estamos agora crendo que com a mudança da lei assinada pelo presidente da República, que equipara racismo à injúria racial, com um olhar mais atento do STJD e com trabalho que começou em 2022 na CBF, creio que temos tudo para avançar no combate ao racismo” finalizou Marcelo Carvalho

O estudo foi feito baseado em todos os casos denunciados nas partidas organizadas pela CBF e que envolveram atos de discriminação relacionados a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.

Fonte: Bahia Notícias