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Famoso traficante é o responsável por comprar armas europeias para uma facção criminosa Comando Vermelho; veja

A Polícia Federal revelou que o traficante foragido Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, é o principal comprador de armas para a facção criminosa Comando Vermelho no Rio de Janeiro. Ele adquire fuzis e pistolas originárias da Turquia, República Tcheca, Eslovênia e Croácia, usados pela gangue em confrontos por diversos pontos do RJ para assegurar o controle de territórios.

Segundo a investigação que deu origem à operação Dakovo (nome de uma cidade da Croácia), as armas eram legalmente adquiridas pelo argentino Diego Hernan Dirísio, depois repassadas a intermediários em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil, e, por fim, vendidas para facções no RJ e em São Paulo.

Traficante Professor
Reprodução: UOL Notícias

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O tráfico de armas no Rio era gerido por Professor, figura que, nos últimos cinco anos, ascendeu na facção, sendo identificado como o principal fornecedor de armas e drogas do grupo e uma espécie de “dono” da favela da Fazendinha, localizada dentro do Complexo do Alemão. Na gíria do crime, Professor é o “matuto”, a pessoa que comanda o esquema, fornecendo drogas e armas e realizando negociações no exterior.

Histórico do traficante

As investigações da PF indicam que Professor permanece na região do Complexo há três anos, submetendo-se a tratamentos estéticos, como odontológico, implante capilar e lipoaspiração, a fim de evitar ser recapturado. Em 2015, a polícia o prendeu em Seropédica, na Baixada Fluminense. Na época, investigações da Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE) apontavam que ele já traficava drogas para a facção.

Entretanto, a história de Fhillip no mundo do crime começou há cerca de uma década. Em 2012, foi pego em flagrante portando comprovantes de depósitos bancários significativos destinados a traficantes da favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. Na busca em sua casa, a polícia encontrou registros contábeis e nominais em cadernos.

Desde então, Fhillip da Silva Gregório passou a responder por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Posteriormente, passou a ser vinculado a ameaças à mulher, enquadradas na Lei Maria da Penha.

Sua prisão em 2015, num sítio em Seropédica, revelou que o local era utilizado para armazenar drogas, armas e munições adquiridas pela quadrilha. No local, foram encontrados 100 quilos de cocaína, e as investigações identificaram planos para a aquisição de um sítio adicional e uma carreta para o transporte de drogas. Com autorização judicial para interceptações telefônicas, a PF constatou que Professor movimentou cerca de R$ 1 milhão em quinze dias, negociando drogas ou armas.

Após sua prisão, esteve detido em Bangu 3 até julho de 2018, sendo posteriormente transferido para instituições distintas. Contudo, escapou em setembro daquele ano e permaneceu foragido desde então.

A partir de 2020, Professor começou a ser associado a confrontos com a polícia. Continuou a exercer o papel de líder, mas, diferentemente de outros traficantes que forneciam drogas ou armas, ele passou a ser reconhecido pela polícia entre os membros da facção durante tiroteios.

Em 2021, passou a ser implicado em um homicídio durante um baile funk na Fazendinha, onde um indivíduo chamado Bilidim foi morto após urinar em uma criança. O amigo da vítima, Rogério, foi à favela procurar Bilidim e foi brutalmente agredido até a morte pelos traficantes.

Um vídeo viralizado em 2021 mostrava fuzis com a inscrição “Professor”, evidenciando o poderio armamentista do traficante.

As investigações também indicam que Professor se mantém na favela para evitar prisões, dificultando a atuação policial. Qualquer tentativa de localizá-lo resultaria em confronto intenso e risco para a vida dos moradores e das autoridades.

Sua permanência na comunidade não o impediu de aumentar sua influência na facção diariamente. Em 2022, durante uma operação em que 18 pessoas foram mortas, Professor era um dos líderes do Comando Vermelho procurados pela polícia, mas não foi encontrado.

Recentemente, um mandado de prisão contra Professor não pôde ser cumprido devido ao risco envolvido na operação. Interceptações telefônicas revelaram que ele reclamava da qualidade das armas adquiridas pela facção criminosa, demonstrando seu descontentamento com o armamento recebido.

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