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Brasil lidera ranking ALARMANTE: tráfico de animais silvestres cresce e segue sem solução

Primavera: a temporada de alerta contra o tráfico de animais silvestres no Brasil

Com a chegada da primavera, muitas espécies de animais silvestres entram em fase de reprodução. No entanto, essa vitalidade da fauna brasileira, que deveria ser motivo de celebração, auxilia na escalada de uma atividade criminosa: o tráfico de animais. Criminosos aproveitam o período para caçar filhotes e animais adultos, que ficam mais vulneráveis devido ao cuidado com as crias.

O Brasil, país recordista em diversidade de espécies, torna-se o principal alvo desses traficantes. Como resultado, cerca de 38 milhões de animais são retirados anualmente da natureza apenas em nosso país, aponta a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas).

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Animal vítima de tráfico. Imagem: Portal Ambiente Legal

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Qual o impacto do tráfico nas espécies silvestres?

A escala do tráfico de animais é um golpe devastador para a biodiversidade brasileira. Segundo a Renctas, de cada dez animais capturados, apenas um sobrevive. Os demais morrem na captura ou durante o transporte. “O fluxo maior vem do Norte-Nordeste em direção ao Sul-Sudeste. Há mais procura em locais onde a biodiversidade de fauna é maior, como Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica”, afirma Dener Giovanini, coordenador geral da instituição.

Os números comprovam a magnitude do problema. Dados do Ibama revelam que, só em 2022, foram apreendidos 62,7 mil animais – um aumento em relação ao ano anterior, quando o número chegou a 56,3 mil. Especialistas, no entanto, argumentam que falta uma estratégia eficiente de combate ao tráfico. Na prática, traficantes capturados são, na maioria das vezes, sentenciados a assistir a palestras educativas ou a doar cestas básicas.

Quem são os principais alvos do tráfico de animais silvestres?

Um relatório da Renctas, elaborado em 2001 e que ainda serve de referência, aponta que o tráfico de animais silvestres é dividido em três principais tipos: para colecionadores particulares e zoológicos; para fins científicos, conhecido como biopirataria; e para lojas/revenda. Dentre as vítimas mais visadas estão as araras-azuis-de-lear, os micos-leões-dourados e as jaguatiricas, todas espécies ameaçadas de extinção.

Tráfico e as consequências para a vida animal

Além da caça para coleções e biopirataria, os impactos do tráfico de animais silvestres são sentidos de outras formas igualmente prejudiciais. De acordo com Roched Seba, diretor do Instituto Vida Livre, “crimes de maus-tratos ainda são considerados de baixo potencial ofensivo, independente do grau de maldade”. Ele destaca inclusive casos de extremo sofrimento causados pelos traficantes, como a decapitação de uma onça ou o transporte de filhotes de preguiça em mochilas.

Como solução para frear essa prática criminosa, o Instituto Vida Livre apoia o Projeto de Lei 4.278/23, apresentado ao Congresso em setembro, que visa tornar mais rigorosa a pena em casos de tráfico de animais silvestres. A expectativa é de que a legislação ajude a coibir essa triste realidade, garantindo a sobrevivência e o bem-estar de milhões de animais em todo território brasileiro.

Fonte: Valor Econômico

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