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Facção criminosa Trem Bala/CLS é a junção de CV + PCC e tem aterrorizado Porto de Galinhas; entenda

Domínio do tráfico em Porto de Galinhas pelo Trem Bala/CLS

A facção criminosa conhecida como Trem Bala/CLS, também identificada como Comando Litoral Sul, exerce controle sobre o tráfico de drogas em Porto de Galinhas, município de Ipojuca (PE). De acordo com uma matéria do colunista do UOL, Carlos Madeiro, o grupo tem como principal fornecedor uma das maiores organizações criminosas do Brasil, alcançando um lucro anual de até R$ 10 milhões.

Transformação da rotina 

Fundada em 2019, a Trem Bala/CLS atingiu seu auge nesse período, alterando significativamente a dinâmica cotidiana de Porto de Galinhas, conforme relata o promotor de Justiça Rodrigo Altobello, que atua em Ipojuca.

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Ligação estreita com facções de renome

A facção Trem bala/ CLS mantém estreitos vínculos com o Comando Vermelho (CV), a maior facção criminosa do Rio de Janeiro, que é sua principal fornecedora de drogas. Além disso, há também uma conexão com o Primeiro Comando da Capital (PCC), como afirmado pelo promotor, que destaca: “Sabemos que a CLS tem ligações também com o PCC”.

PCC / trem bala / cls
Foto: Reprodução

Supremacia sobre o território de Porto de Galinhas

Durante os anos de 2019 e 2020, a Trem Bala/CLS enfrentou uma disputa territorial com o Primeiro Comando de Ipojuca (PCI), superando-o e assumindo o controle de Porto de Galinhas. Anteriormente aliado ao PCC, o PCI perdeu espaço para a facção emergente.

Disputa de poder entre CV e PCC em diversos estados

Enquanto o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) disputam o poder em 11 estados e no Distrito Federal, o CV está isolado, sem a presença do PCC, apenas em Mato Grosso e Rio de Janeiro. Em contrapartida, o PCC atua sem a companhia do CV em três estados: Mato Grosso do Sul, Piauí e São Paulo.

Violência extrema e controle rigoroso

A facção é conhecida pela aplicação de violência extrema, como evidenciado em casos de sequestro, tortura e assassinato, como no incidente em que uma jovem foi brutalmente morta e enterrada de cabeça para baixo no mangue. O delegado Ney Luiz, de Porto de Galinhas, destaca a prática de eliminar rivais e infratores patrimoniais nas comunidades.

Imposição de lei do silêncio 

A facção impôs uma “lei do silêncio” entre os moradores para desencorajar denúncias à polícia. Aqueles que quebram essa regra são sujeitos a tortura e até mesmo a morte. Além disso, há relatos de um “tribunal do crime”, onde quem fornece informações ou se comunica com as autoridades é punido com a morte.

Contradições na comunidade

Moradores de Porto de Galinhas reconhecem as atividades ilegais do grupo, mas muitos temem serem alvos caso interfiram. Um empresário, sob anonimato, revela: “Eu conheço vários deles [integrantes], os vejo todo dia no meu negócio. Mas se você não fizer nada errado, eles não mexem com você e até te defendem, se necessário.”

Destinação de lucros para armamento 

Dos R$ 10 milhões anuais faturados pelo grupo, aproximadamente R$ 200 mil são destinados à aquisição de armas de fogo. A facção ganhou notoriedade por empreender ações audaciosas, como a explosão do presídio de Limoeiro para resgatar detentos e a compra de armas roubadas da própria polícia.

Operações policiais contra a facção

Ao longo dos últimos três anos, a Polícia Civil realizou investigações sobre as atividades da Trem Bala/CLS. A operação Manguezal Vermelho, conduzida em junho, representou o maior golpe contra a facção, resultando na prisão de 24 integrantes e no indiciamento de 50 suspeitos.

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