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Veja tudo o que sabemos até agora sobre o caso de José Dumont

O ator José Dumont, de 72 anos, está preso desde setembro deste ano e virou réu por armazenamento de pornografia infantil. 

Ele foi flagrado por policiais com imagens de sexo envolvendo crianças em seu computador e celular durante as investigações sobre o suposto abuso sexual de um adolescente de 12 anos. 

A defesa do artista nega as acusações e tenta obter a liberação para que ele responda em liberdade, porém, a Justiça negou a soltura.

Ator José Dumont é acusado de armazenamento de pornografia infantil

O caso passou a ser investigado depois que câmeras de segurança do condomínio onde o ator mora, no Bairro do Catete, na Zona Sul do Rio, mostraram ele beijando e fazendo carícias no menor de 12 anos.

A defesa dele nega a acusação e diz que Dumont “se considera” um padrinho do menino e conhecia toda a família dele. Como eles têm uma vida simples e difícil, o artista se compadeceu e passou a ajudar o garoto financeiramente, além de dar roupas e presentes. Por isso, fez um depósito na conta dele.

“O agravado possui muito carinho pela criança e se considera padrinho da mesma, razão pela qual passou a ajudar a família com presentes, roupas e dinheiro. Ele chegou a frequentar a casa da criança e conheceu a sua família, o que mostra que jamais houve problemas de reação entre todos”.

No entanto, segundo as investigações, o artista teria feito um depósito de R$ 1 mil para o garoto após o abuso sexual ser consumado.

Quando os policiais investigavam o caso, no último dia 15 de setembro, encontraram imagens de sexo envolvendo crianças no celular e computador do artista.

Assim, ele foi preso e depois denunciado pelo Ministério Público por adquirir, possuir e armazenar em seu computador e em seu telefone celular fotografias e vídeos contendo cenas de pornografia envolvendo menores de diversas idades. 

A Justiça acatou a denúncia e o ator virou réu no caso.

Logo depois, a defesa entrou com um pedido de habeas corpus, alegando que o ator pagaria uma fiança no valor de R$ 40 mil e que colabora com as investigações. 

A solicitação, no entanto, foi negada pela Justiça e ele segue preso na Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica, na Zona Norte do Rio.

Ao ser ouvido pela polícia, Dumont negou que integrasse um grupo de pornografia infantil, mas confirmou que essas imagens apreendidas eram dele e seriam usadas como estudo para um futuro trabalho.

No entanto, um relatório feito Núcleo de Combate ao Uso e à Exploração Sexual Infantil, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), indica que pelo menos um dos 240 arquivos de imagens e vídeos de pornografia infantil pode ter sido produzido com uma câmera do aparelho celular de Dumont.

A Polícia Civil diz que tanto o computador quanto o celular de Dumont ainda vão ser submetidos a uma perícia. A análise mais aprofundada visa identificar se há mais conteúdos de sexo envolvendo menores de idade.

Mãe de adolescente que teria sido abusado pede justiça

A mãe do adolescente de 12 anos, que teria sido abusado sexualmente, contou que o ator se aproximou do garoto dando dicas de atuação e afirma que nunca desconfiou de qualquer ato ilícito.

“[Quero] Justiça. Que ele pague pelo que ele fez e que não faça isso com nenhuma criança mais”, disse a mãe.

A mulher destacou que o filho sempre demonstrou interesse na carreira de ator e, por isso, ficou encantado ao conhecer Dumont, famoso por diversos personagens na TV ao longo de 40 anos de carreira.

Dumont é defendido pelo escritório do advogado Arthur Lavigne, conhecido por sua atuação no processo sobre a morte da atriz Daniella Perez.

Fonte: UOL

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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