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Quais os crimes que universitárias de SP podem responder por debochar de colega por ter mais de 40 anos? Entenda

Três estudantes universitárias de Bauru, São Paulo, podem enfrentar consequências legais após zombarem de uma colega de faculdade com mais de 40 anos de idade. Um vídeo do episódio se tornou viral e gerou revolta nas redes sociais.

As três jovens, maiores de idade, podem ser acusadas de injúria, difamação e violência psicológica. De acordo com especialistas em direito digital e a polícia, as palavras ofensivas usadas pelas universitárias e o constrangimento causado à vítima podem levar a detenção, multa ou reclusão.

Apagar o vídeo não protege as estudantes da responsabilidade criminal.

Uma estudante gravou um vídeo dizendo que pessoas com 40 anos não deveriam mais fazer faculdade, e que uma mulher nessa idade “não sabe o que é Google”.

Outros estudantes manifestaram apoio à aluna que foi alvo desses comentários, entregando presentes e cartas.

Universitárias podem responder criminalmente por dano causado à colega

A advogada Gisele Truzzi explicou que as palavras são como flechas e, uma vez disparadas, não podem ser desfeitas. Mesmo que as pessoas se desculpem, o dano já foi feito. As universitárias envolvidas afirmaram que o vídeo foi uma brincadeira de mau gosto, postada inicialmente apenas para um grupo seleto de amigos, mas que acabou se espalhando.

A pessoa afirmou que sua intenção nunca foi dizer que pessoas mais velhas não podem obter uma graduação, pois ela não tem esse pensamento. Ela admitiu que sua fala foi imprudente e infeliz e que tomou uma proporção que ela não imaginava.

Segundo uma especialista em direito digital, o processo pode resultar em um acordo e retratação, como o pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços comunitários. A retratação pode ser feita através da publicação de um vídeo ou mensagem pedindo desculpas ou publicação da sentença nas redes sociais.

A Unisagrado publicou uma nota nas redes sociais, afirmando que não compactua com qualquer tipo de discriminação e que acredita que todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde crianças até a idade adulta, pois a educação proporciona autonomia.

A publicação afirma que as oportunidades não são iguais para todos ao longo da vida, e que muitas vezes os pais sacrificam sua própria educação para dar aos filhos as melhores chances antes de se profissionalizarem.

No entanto, a advogada adverte que as universitárias envolvidas em um vídeo polêmico correm o risco de prejudicar sua imagem no futuro, uma vez que a internet registra tudo. A universidade está tomando medidas disciplinares em relação às universitárias, mas não divulgará detalhes por respeito a todas as partes envolvidas.

Por fim, é explicado que o etarismo é uma forma de preconceito e discriminação baseada na idade, que pode se manifestar de várias maneiras, desde piadas até limitações de idade em oportunidades de emprego. As violações de direitos humanos podem ser denunciadas anonimamente pelo Disque 100.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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