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Variáveis do jogo processual

Variáveis do jogo processual

No jogo processual, principalmente quando se adentra no estudo e análise de e das variáveis, (só) saber as regras não basta, ou seja, não se faz suficiente para ganhar. Aliás, ganhar é obter as recompensas que se quer, o resultado que se quer, o que, nem sempre é, somente, condenar ou absolver.

Nesse aspecto, as variáveis do jogo estão intimamente ligadas às Estratégias e, por conseguinte, às Táticas, nos jogos profissionais, pois a formulação daquelas deve apurar, observar e levar em consideração as possíveis variáveis daquele jogo processual, para que

As variáveis do jogo consistem em todos os elementos que têm o potencial de influenciar, condicionar objetiva ou subjetivamente, direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente, os resultados interlocutórios e finais.

Assim, com menor ou maior força, tudo pode ser considerado uma variável, pois elas incidem, recaem, atuam nos sujeitos processuais, de forma que refletem no modo pelo qual será realizado cada ato processual.

Não se quer dizer que tudo, necessariamente, influencia tudo e todos no jogo processual, mas que qualquer coisa, situação, experiência pode tornar-se uma variável de uma ou outra Ação Penal.

O mundo ao redor de cada sujeito, seja no presente, passado e/ou o que se planeja e espera do futuro formam um conjunto de elementos circunstanciais ou não, os quais integram, também, o universo de variantes do jogo processual.


Leia também:

  • Teoria dos jogos: recompensas (aqui)
  • Táticas e estratégias no jogo processual (aqui)

Não menos importante, aspectos biológicos (fome, sono, humor), aspectos psicológicos (traumas, experiências), sociais (meio, contexto), além de gostos, preferências, ideologias, crenças, compõem o mapa mental dos sujeitos processuais que jogam a partida.

A lógica e os motivos favoráveis à antecipação dos movimentos dos adversários, bem como do jogador-julgador, das jogadas e decisões a serem tomadas por eles, também se aplica a previsão dos mapas mentais dos sujeitos integrantes daquela Ação Penal.

Ao perceber que “as recompensas dos jogadores, nem sempre racionais e sujeitas às vicissitudes de cada contexto de jogo, no tempo e no espaço” (ROSA, 2016, p. 198), considerar a existência e influência das variáveis do jogo processual ao elaborar as estratégias, é, sair do campo da sorte, do amadorismo, para jogar de verdade e ter (um pouco mais de) domínio dos jogos a serem jogados.


REFERÊNCIAS

ROSA, Alexandre Morais da. Guia Compacto de Processo Penal conforme a Teoria dos Jogos. 3. ed. Florianópolis: Empório do Direito, 2016.

Andressa Tomazini

Pós-Graduanda em Direito Penal e Direito Processual Penal. Pesquisadora.

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