O assassinato de Fernando Villavicencio e sua semelhança com o caso de Luis Carlos Galán Sarmiento
No mundo político, onde poder e dinheiro são a força motriz, muitos têm sua vida ameaçada por seu compromisso em lutar contra a corrupção e o crime organizado. Foi o caso dos políticos Fernando Villavicencio e Luis Carlos Galán Sarmiento, cuja valentia teve um preço fatal. Hoje, traçamos em detalhes suas vidas e mortes, começando pelo recente assassinato de Villavicencio.
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O assassinato do candidato à presidência, Fernando Villavicencio
Conhecido defensor das causas sociais dos indígenas e dos trabalhadores, Fernando Villavicencio, do Movimento Construye, posicionou-se firmemente contra o crime organizado. Infelizmente, sua postura lhe custou a vida. Em noite fatídica de agosto, Villavicencio, de 59 anos, foi morto com três tiros na cabeça após um encontro com eleitores na cidade de Quito, no Equador. Villavicencio era, por sinal, o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto para a presidência.
E o que levou ao assassinato de Villavicencio?
Como jornalista investigativo, Villavicencio tornou públicos notáveis casos de corrupção, irritando poderosos. Em exemplo notório, ele denunciou o ex-presidente Rafael Correa por supostos crimes contra a humanidade. Seus inimigos não esqueceram suas ações, e o resultado foi um atentado à sua vida, narrado em uma postagem do grupo criminal Cartel de Los Lobos.
Evocando o fantasma de Luis Carlos Galán Sarmiento
Curiosamente, o assassinato de Fernando Villavicencio evoca o brutal fim de outro político forte – Luis Carlos Galán Sarmiento. Galán, também conhecido por sua postura inflexível contra os cartéis de drogas da Colômbia, foi morto em 1989 a mando de um dos mais notórios chefes do crime da história, Pablo Escobar. À beira de fazer um discurso público, Galán foi morto por uma saraivada de balas. Sua morte intensificou a perseguição contra Escobar pelas autoridades do país.
Será que o assassinato de Villavicencio terá o mesmo impacto?
Ainda é cedo para dizer qual será o impacto real do assassinato de Fernando Villavicencio no universo político e criminal do Equador. O que é certo é que sua morte, estranhamente semelhante à de Galán, lançou mais uma vez os holofotes sobre a perigosa interseção entre política e crime organizado. Apenas o tempo dirá se o assassinato de Villavicencio levará a uma repressão ao crime organizado, assim como ocorreu após a morte de Galán.