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Você tem medo de advogar? Vai com medo mesmo!

Você tem medo de advogar? Vai com medo mesmo!

Muitas pessoas estudam, se dedicam, passam no tão temido Exame da OAB, se tornam advogados (as), mas, não começam a advogar.

Isso pode ocorrer por inúmeros motivos, mas, em minha opinião, o motivo mais devastador é o medo. Medo de errar, medo de não dar certo, medo de não saber tudo o que você acha que precisa saber.

Então você estuda, faz pós-graduação, mestrado… Você sabe mais sobre a área que você pretende atuar, mas aquele medo continua te assolando.

Eu passei por isso no início de carreira. Tinha um medo que me consumia e me deixava literalmente travada. Até que certo dia eu li um livro chamado “Mindset: a nova psicologia do sucesso” da Carol S. Dwerck. Em síntese (p. 12), a autora afirma que

acreditar que suas qualidades são imutáveis cria a necessidade constante de provar a si mesmo seu valor.

Segundo a autora, vivemos em uma sociedade em que o binômio “sucesso x fracasso” nos é imposta desde a infância e isso reflete em nossa fase adulta, fazendo com que, mesmo de forma inconsciente, busquemos provar a todo o momento qual é o nosso valor perante a sociedade.

Isso me fez refletir sobre certas coisas.

A primeira coisa de que me convenci foi: eu nunca vou saber tudo. A advocacia é um exercício que exige o estudo diário. Cada caso concreto que vier a suas mãos irá, inegavelmente, terá que ser estudado.

A segunda coisa que entendi foi: ter conhecimento teórico e não aplica-lo na prática é uma grande perca de tempo. O conhecimento só se torna sólido quando unimos as duas coisas.

E a terceira e mais importante coisa que eu disse para mim mesma ao olhar no espelho foi:

Está com medo de advogar? Vai com medo mesmo!

Comecei me inscrevendo na lista de dativos da OAB para atuar na área criminal. Confesso que quando fui até a minha primeira audiência meu corpo tremia igual a uma “vara verde”. Mesmo assim participei da audiência, cumpri com meu papel e obtive êxito. Essa foi a minha primeira dose de autoconfiança.

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A partir deste momento tomei várias decisões:

Decidi que se eu quisesse melhorar na profissão que escolhi, eu teria que, primeiramente, melhorar meu network. Para isso ingressei em grupos de WhatsApp que discutiam temas de direito penal e processo penal, comecei a participar de eventos promovidos pela OAB, a frequentar palestras e seminários e grupos de estudos (gratuitos) desenvolvidos nas universidades.

Decidi que crescer sozinha é muito difícil, portanto, crescer com meus colegas de profissão seria melhor. Para isso, passei a escrever artigos direcionados aos jovens advogados – e a quem mais interessar – buscando ajudar da mesma forma que eu fui ajudada.

Ás vezes, deixamos de fazer coisas (importantes) e desenvolver nossas capacidades por causa do medo. Mas se não dermos o primeiro passo, nunca sairemos do lugar.

Veja você não precisa saber tudo para começar. Não tenha vergonha de perguntar, de dizer que não sabe alguma coisa. Peça ajuda a seus colegas. Não há nada de desonroso nisso. Trabalhar em equipe faz você aprender, compartilhar conhecimento. Lembre-se: o mais importante de tudo é o seu empenho e vontade de resolver os problemas que lhe são propostos.


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Cristina Tontini

Advogada criminalista

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