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Há 50 anos morria o estudante Zé Carlos – assassinado brutalmente pela Ditadura Militar

O legado de Zé Carlos: Homenagens marcam 50 anos do assassinato do estudante de direito pela ditadura militar

Em memória às vítimas do apogeu da ditadura militar no Brasil, a jornada de luta e resistência de José Carlos Machado, um dos principais nomes de resistência, é lembrada e homenageada nestas últimas décadas. Conhecido como Zé Carlos, o estudante de direito e militante de esquerda marcou a história do país lutando, e perdendo sua vida, pela causa da democracia.

Com apenas 27 anos, Zé Carlos foi brutalmente preso, torturado e assassinado em 28 de outubro de 1973, no Departamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) de Recife, enquanto atuava na Ação Popular Marxista-Leninista (APML).

 Zé Carlos
Imagem: reprodução/ Memorias da Ditadura

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Quem foi Zé Carlos?

Nascido no Rio de Janeiro, Zé Carlos chegou à Belo Horizonte ainda criança. Foi durante os seus anos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde ingressou em 1964 como o primeiro colocado, que ele se envolveu profundamente com movimentos de esquerda. Um de seus maiores destaques foi a conquista do posto de vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Sua luta, infelizmente, o fez um alvo. Foi preso pela primeira vez em 1968, durante o 30º Congresso da UNE, época marcada pela instituição do Ato Institucional – AI-5, que representou um aprofundamento da repressão do regime militar.

Qual a relevância da prisão de Zé Carlos?

José Carlos teve um papel significativo na luta contra a ditadura e sua trajetória serve de lembrete das atrocidades cometidas durante esse período na história do Brasil. Marcelo Cattoni, professor de Direito da UFMG e coordenador do seminário em homenagem a Zé Carlos, destaca a importância desse momento histórico, argumentando que a memória daqueles que lutaram pela democracia, mesmo enfrentando tortura, assassinato e perseguição, precisa ser mantida viva para evitar um ciclo da história.

Zé Carlos
Imagem: reprodução/ Semana Ze

A importância da memória

Zé Carlos foi torturado e assassinado pela ditadura militar, mas seu legado de resistência continua vivo. Seu nome foi oficialmente reconhecido como um dos mortos políticos pelo regime militar em 1996 e hoje, encontra-se eternizado no relatório final da Comissão Nacional da Verdade.

Além disso, homenagens a Zé Carlos foram realizadas na UFMG, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e em Belo Horizonte, onde uma rua leva seu nome. Um dos momentos mais emocionantes dessas homenagens foi a exibição do filme ‘Zé’, que narra os últimos anos de sua vida, no Cine Santa Tereza.

A memória, portanto, detém um papel fundamental na conquista e manutenção de direitos, marcando a necessidade de lembrarmos de Zé Carlos não apenas como uma vítima, mas como um símbolo da resistência contra a opressão e a luta pela liberdade.

Redação

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