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O que fez a arma utilizada contra Cristina Kirchner falhar?

Na noite do dia 1º de setembro a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu um atentado à mão armada. O atirador chegou a acionar o gatilho, mas a arma falhou.

As causas da falha ainda são desconhecidas, mas Fernando Andrés Sabag Montiel teria tentado disparar a arma apontada para o rosto de Cristina.

Especialistas analisam arma utilizada pelo acusado

Segundo o G1, o especialista Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz, as possíveis causas para a arma da marca Bersa calibre 32 não ter funcionado, são: 

1. A arma estava com munição no carregador, mas ele não havia manobrado o ferrolho para colocar a munição na câmara de onde parte o disparo. Quando apertou o gatilho, portanto, não havia munição para disparar;

2. A munição estaria velha ou úmida e, por causa disso, a pólvora não explodiu quando o gatilho foi acionado, não gerando assim o disparo do projétil.

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Imagem: G1 retirado do jornal Argentino Clarin

O Estadão, por sua vez, conversou com o especialista Ivan Marques, advogado, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e ex-integrante Instituto Sou da Paz.

Marques elencou razões que poderiam ter levado a arma a não cumprir o papel pretendido pelo atirador, desde falha na munição – provocada por mal armazenamento ou esgotamento do prazo de validade – até inabilidade no manuseio por parte do suspeito.

“A munição podia estar com uma pólvora velha, com um disparador ineficiente. Com uma munição velha, o componente explosivo perde sua validade. A arma até aciona o disparador da munição, mas ela não explode. Ou seja, a pólvora não queima”.

Para ele, também pode ter ocorrido um erro no funcionamento da arma e não da munição. 

“Pode ter havido uma pane na arma. Seu mecanismo não funcionou por conta da agulha ou do disparador. Ele aperta o gatilho, mais de uma vez, inclusive, e a arma não dispara”.

A última hipótese levantada pelo especialista seria a falta de “capacidade técnica” do atirador ao não perceber que a arma não estava pronta para uso.

“Para que a primeira munição entre na câmara e fique alinhada e pronta pra receber o comando dado pelo gatilho, você precisa engatilhar. Talvez ele não conheça o funcionamento da pistola e não tenha feito isso. Ou seja, a arma estava carregada mas não estava municiada. a munições permaneceram no carregador”.

A Bersa é uma empresa de armas argentina que está no ramo há mais de 60 anos. Seus produtos são mais utilizados pelo público civil. O modelo usado pelo agressor é de arma compacta, com capacidade de 7 a 10 munições.

Ainda não se tem confirmação de qual seria o motivo que fez a arma falhar depois de Fernando acionar o gatilho. O setor de balística da polícia da Argentina ainda deve analisar mais detalhes do caso.

Ainda não se sabe se o armamento estava no nome dele ou se estava ilegal.

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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