Crimes cometidos por policiais ficam anos sem resposta; entenda o motivo
Ciclo de violência e impunidade patrocinado pelo Estado
Operações policiais resultam anualmente na morte de milhares de pessoas, contudo, falham em desmantelar o poder do crime organizado. Esse cenário de violência e ineficácia, muitas vezes direcionado contra uma população majoritariamente pobre, negra e periférica, cria um ciclo de impunidade.
Falhas nas investigações e o ‘Organograma’ da impunidade com policiais
Alexandra Montgomery, diretora de programas da Anistia Internacional Brasil, destaca as falhas nas investigações iniciadas após essas operações.
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O ‘organograma’ da impunidade começa a se desenhar quando as próprias forças policiais conduzem as investigações, minando a imparcialidade necessária.
Fragilidade nas investigações
A intimidação por parte de alguns agentes torna-se um fator crucial, fragilizando a continuidade das investigações. A falta de testemunhas dispostas a falar leva a inquéritos não transformados em denúncias, agravando o ciclo de impunidade.
Desafios nas provas e análises
A etapa de reunir provas e depoimentos é atribuída aos Grupos de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial, mas dados revelam que uma parcela significativa dos casos é arquivada, levantando questionamentos sobre a efetividade desses grupos.
Famílias na busca por justiça
Devido ao alto número de casos arquivados, as famílias das vítimas tornam-se peritas independentes na busca por novas evidências.
A fundadora do movimento Mães de Maio, Debora Silva, destaca a luta das mães para pressionar o Ministério Público a conduzir investigações mais minuciosas.
Desdobramentos de um caso emblemático
O caso de Edson Rogério, ocorrido no Dia das Mães em 2006, exemplifica a morosidade e a falta de responsabilização.
A tentativa de federalização do caso, ocorrida sete anos após o ocorrido, destaca as dificuldades enfrentadas pelas famílias na busca por justiça.
Persistência e luta das famílias
Com quase duas décadas de busca por justiça, a persistência das famílias é evidenciada.
O Movimento Mães de Maio destaca não apenas a lentidão dos processos, mas também a intenção percebida do Ministério Público em deixar os crimes prescreverem, protegendo os agentes envolvidos.
Cultura da morte como realidade cotidiana
A impunidade resultante dessas situações contribui para a normalização da cultura da morte. Famílias como a de Davi Fiúza, desaparecido aos 14 anos, enfrentam desafios na busca por justiça, refletindo a complexidade e a urgência de reformas no sistema de responsabilização das operações policiais.