Robert Oppenheimer: quem foi o cientista “pai” da bomba atômica e responsável por um dos maiores crimes contra a humanidade
Robert Oppenheimer: pai da bomba atômica e figura emblemática do século 20
Em meio às personalidades proeminentes do século 20, Robert Oppenheimer se destaca. Este notável físico é frequentemente posto ao lado de Albert Einstein e é sempre lembrado como o “pai da bomba atômica”. O acontecimento que lhe rendeu este título foi o teste bem-sucedido da primeira arma nuclear em 16 de julho de 1945, no deserto do Novo México, nos Estados Unidos. Ao presenciar o evento, Oppenheimer se lembrou de um script hindu que diz “Agora eu me tornei a Morte, a destruidora de mundos”.
O que impulsionou Robert Oppenheimer a se tornar uma figura tão importante na história da física? Nascido em uma família abastada de Nova York, em 1904, Oppenheimer foi para Harvard onde se destacou na química. Ele depois completou seu doutorado em física na Universidade de Göttingen, uma das instituições mais renomadas de física teórica do mundo, aos 23 anos.
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Robert Oppenheimer e a vida acadêmica
Antes da Segunda Guerra Mundial, Oppenheimer lecionava na Universidade da Califórnia em Berkeley e também no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Seu foco de pesquisa incluía a astronomia teórica, a física nuclear e a teoria quântica de campos. Sociedade à parte, suas opiniões eram progressistas. Ele se preocupava com o aumento do antissemitismo e do fascismo, embora ele confessasse não ter interesse em política.
No decurso de sua carreira, Robert Oppenheimer formou uma nova geração de físicos, incluindo Willis Lamb, laureado com o Prêmio Nobel de Física em 1955. Infelizmente, o próprio Oppenheimer não teve a mesma sorte de ser indicado ao Nobel.
O papel de Oppenheimer na Segunda Guerra Mundial
Com a explosão da Segunda Guerra Mundial, Oppenheimer foi convidado para trabalhar no Projeto Manhattan, que tinha como objetivo o desenvolvimento de armas atômicas. Em 1943, apesar de suas opiniões políticas de esquerda e experiência limitada em gestão de projetos, Oppenheimer foi nomeado diretor do Laboratório Nacional de Los Alamos, em Novo México.
A bomba atômica e suas consequências
O lançamento das bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, levou Oppenheimer a confrontar o secretário de guerra dos Estados Unidos, exigindo que as armas nucleares fossem banidas. A partir desse ponto, Oppenheimer dedicou-se ao estabelecimento de controles na corrida armamentista nuclear.
A vida pós-guerra de Oppenheimer
Nos anos seguintes à guerra, Oppenheimer estabeleceu-se em Princeton, no estado de Nova Jersey, onde continuou endossando e incentivando pesquisas científicas. Ele defendia o estabelecimento de uma agência internacional para controlar o desenvolvimento e o uso de energia nuclear.
Infelizmente, seus laços passados com o Partido Comunista levaram os EUA a revogar sua autorização de segurança em 1954, durante o período do macartismo. Ainda assim, Oppenheimer continuou defendendo a liberdade acadêmica e o papel interligado das ciências e humanidades na busca do conhecimento. O célebre físico faleceu em 18 de fevereiro de 1967.
*Baseado na pesquisa de Darius von Guttner Sporzynski, historiador da Universidade Católica Australiana.
