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Descubra AGORA como o Chile puniu seus militares por crimes na ditadura

Transição democrática: afinal, como o Chile lidou com os crimes da ditadura de Pinochet?

Passaram-se cinco décadas do golpe militar que derrubou o governo democraticamente eleito de Salvador Allende no Chile, em 11 de setembro de 1973, dando início a um regime autoritário que durou 17 anos sob o comando de Augusto Pinochet. Este período deixou marcas profundas na história do país e, até hoje, se configura em um processo de punições aos crimes cometidos durante a ditadura, além de levantar discussões sobre justiça de transição e reparação à sociedade.

O Chile se destaca por ter processado mais de 1.500 militares por crimes de lesa humanidade durante o regime militar, posicionando-se à frente do Brasil quanto ao aspecto da justiça de transição. Entretanto, o país ainda enfrenta desafios para superar integralmente as sequelas da ditadura, sendo considerado um “caso intermediário” entre a ruptura radical da Argentina com o regime autoritário e a anistia dada às Forças Armadas no Brasil.

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Imagem: Reprodução/Redes Sociais

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O que nos revela esse processo no contexto sul-americano?

Desde o fim da ditadura, o país tem enfrentado o difícil processo de apurar os fatos, reparar danos e buscar a pacificação da sociedade. No entanto, ainda há resquícios da influência de Pinochet. Durante seu governo, Pinochet controlou o sistema judiciário do país, o que dificultou os julgamentos dos militares acusados de crimes de lesa humanidade. Só em 1998, com a prisão de Pinochet em Londres, o Chile começou a avançar na condenação de agentes do regime militar.

Quais as implicações do regime Pinochet na atualidade do Chile?

A Constituição atual do Chile ainda é a mesma da era Pinochet. Apesar de um projeto para uma nova constituição ter sido rejeitado em 2022, uma nova proposta está sendo elaborada para romper de vez com os vestígios do antigo regime autoritário. Além disso, há setores da sociedade que continuam a apoiar os ideais de Pinochet, representados no Congresso e em setores empresariais.

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Imagem: Aventuras na História

Quais os próximos passos para o Chile?

O esforço para compreender e reparar as violações do passado não acabará tão cedo. Ainda há questionamentos sobre o destino de muitas pessoas desaparecidas durante a ditadura. O presidente chileno, Gabriel Boric, tem prometido ações para resolver essas questões. A população chilena aguarda por uma conclusão desses processos, evocando a necessidade de justiça transicional e reparação histórica.

Auxiliar nesse processo de compreensão e aprendizado à respeito do passado é um dos maiores desafios do Chile na atualidade. Mas é justamente revendo e analisando momentos obscuros da história que o país poderá construir uma sociedade mais justa e democrática no futuro.

Redação

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