Noticias

Investigação aponta escola de samba Vai-Vai como reduto do PCC

A renomada escola de samba Vai-Vai, detentora de 15 títulos do Carnaval de São Paulo, está envolvida em uma investigação policial que aponta sua associação com a facção criminosa PCC, de acordo com os relatórios obtidos por reportagem do Jornal de Brasília.

Os documentos fazem parte de um processo sigiloso de lavagem de dinheiro em andamento na Justiça de São Paulo, que tem como alvo o ex-presidente da agremiação, Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, conhecido como Beto da Bela Vista.

“Escola [Vai-Vai] que BBV [Beto Bela Vista] pertence ao quadro diretivo e sabidamente é reduto da mencionada facção criminosa [PCC], tendo, inclusive, procedendo há algum tempo atrás a expulsão de alguns componentes que eram policiais justamente por este motivo”, diz trecho do documento.

escola de samba vai-vai
Reprodução: BaresSP

Leia mais:

O que é o ‘jogo do tigrinho’ e por que ele é uma prática criminosa e ilegal no Brasil

Criminosos usam inteligência artificial para manipular a imagem de pessoas conhecidas e lucrar com práticas fora da lei

Investigação da escola de samba

Os investigadores afirmam ter descoberto essa conexão por meio de denúncias e após realizarem diligências em endereços associados a Beto e a outros membros da escola de samba. Além disso, dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) reforçaram as suspeitas de envolvimento de Beto, sua esposa, mãe e outros indivíduos em atividades de lavagem de dinheiro.

A Vai-Va afirmou que Beto Bela Vista é membro do conselho e foi diretor no mandato anterior, encerrado em 2022. A agremiação também mencionou a presença de policiais entre seus quase 1.500 membros cadastrados.

Outro nome envolvido na investigação é Marco Aurélio Barbosa, ex-jogador de Santos e Guarani, então diretor-presidente do clube de futebol associado à Vai-Vai. A polícia aponta conexões dele com empresas suspeitas de lavagem de dinheiro.

Ex-presidente

Luiz Roberto, de acordo com relatórios policiais, possui um histórico criminal extenso, incluindo prisão por mais de dez anos até agosto de 2014. Suas passagens incluem diversos crimes, como formação de quadrilha, roubo, uso de documento falso, entre outros.

Ele também foi vinculado, pelas investigações, a André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, atualmente foragido após decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello.

Em depoimento à polícia, Luiz Roberto negou associação com André do Rap e o PCC, afirmando que sua riqueza é resultado de herança. Alegou frequentar a Vai-Vai desde a infância e negou conhecimento sobre qualquer ligação da escola com atividades criminosas.

A advogada Luiza Oliver, representante de Luiz Roberto, afirmou que ele nunca foi condenado nem denunciado por fazer parte de uma organização criminosa. Ela destacou que o processo em questão é contra o irmão dele, Luiz Eduardo Marcondes Machado de Barros, conhecido como Du Bela Vista, atualmente preso.

Em episódios passados, escolas de samba como a Império da Casa Verde e Barroca Zona Sul estiveram sob investigação policial devido a supostas ligações com o PCC. Essa conexão entre a facção e agremiações carnavalescas na capital paulista vem sendo investigada desde pelo menos 2006.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo