Porsche: Justiça, privilégios e reviravoltas em um caso que comove o Brasil
Desigualdade às claras: o caso do Porsche revela privilegiados na Justiça Brasileira
Na tarde de ontem, finalmente se entregou à polícia o motorista do Porsche que matou um homem em São Paulo. Fernando Sastre de Andrade Filho, 24 anos, era considerado foragido desde o dia 31 de março, quando dirigindo em alta velocidade, colidiu com o carro de aplicativo de André Neves, 55 anos, que morreu no local.
Sastre se apresentou na 5ª Delegacia Seccional da zona leste da capital paulista, após seu advogado negociar sua segurança no presídio Sacamoto. A justiça já havia decretado sua prisão preventiva na sexta-feira (03).
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Um caso que expõe as disparidades no sistema judicial brasileiro
O caso envolvendo Fernando Sastre e seu Porsche gerou enorme comoção social, não apenas pela gravidade do crime, mas também pelas circunstâncias controversas. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram Sastre ileso após o acidente, recusando-se a fazer o teste do bafômetro e sendo liberado pelos policiais, mesmo sob suspeita de embriaguez.
Enquanto isso, Érica Paixão, sobrinha do ex-presidente da Petrobrás Paulo Roberto Costa, foi detida em flagrante em uma tentativa de sacar dinheiro da conta do falecido tio, em 28 de março.
A disparidade de tratamento nos dois casos foi evidente: Érica, mulher negra e de condição financeira menos privilegiada, foi presa imediatamente, ao passo que Sastre, branco e de posses, permaneceu foragido por cinco dias.
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Outras situações que expõem a falhas no sistema
O caso de Sastre não é um caso isolado. No Brasil, diversos outros crimes de trânsito causados por motoristas embriagados e/ou em alta velocidade resultam em impunidade, enquanto vítimas e seus familiares lutam por justiça. Um exemplo emblemático é o caso do empresário Michel Temer, que em 2018, dirigindo embriagado, atropelou e matou um ciclista e ainda não foi preso.