Ex-chefe da PRF diz que aumento de blitz no 2º turno foi pedido do TSE
Inquérito revela aumento de blitz no segundo turno a pedido do TSE, afirma ex-chefe da PRF
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, está sob investigação pela Polícia Federal (PF) por supostas tentativas de impedimento do exercício do voto no Nordeste, durante o segundo turno das eleições presidenciais em 30 de outubro do ano passado. Em seu depoimento, reivindica a aceleração das blitze ao pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Detido desde agosto, Vasques ocupou a chefia da PRF durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Negou qualquer tentativa de impedimento do eleitorado e explicou o aumento do efetivo como uma necessidade de garantir a segurança para todos os eleitores que foram votar, de acordo com um pedido do TSE e dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).
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Por que houve aumento de blitze no segundo turno?
Em seu depoimento, Vasques destacou que: “Cada policial possui a sua meta diária [de abordagens] em cada lugar do Brasil, e como o efetivo foi maior no segundo turno porque houve pedido dos 27 TREs e do TSE, pedindo o aumento do efetivo policial, houve o acréscimo de policiais [fazendo abordagens]. Que o maior aumento foi em Roraima, com 26%, depois Amapá, com 24%”.
Qual foi a reação do TSE a essas declarações?
O TSE ainda não se pronunciou sobre as afirmações de Vasques. Permanece a questão de até que ponto essas alegações de um aumento request do efetivo policial influenciaram a votação, principalmente em estados como Roraima e Amapá, onde o aumento de blitze foi mais evidente.
Ligações entre o ex-chefe da PRF e a família Bolsonaro
Vasques também foi questionado sobre a suposta relação de amizade com a família Bolsonaro, o ex-presidente Jair e o senador Flávio. Vasques negou qualquer relação pessoal, afirmando que seu trato com ambos se dava unicamente no âmbito profissional. Recordou ainda que, após a solicitação de Bolsonaro para que os manifestantes liberassem as rodovias, houve uma redução de 80% nos bloqueios.
O ex-chefe da PRF está sendo investigado pelos crimes de “impedimento ou embaraço ao exercício do sufrágio, prevaricação, condescendência criminosa e procrastinação injustificada de investigação em prejuízo do investigado ou fiscalizado”.
Fonte: Metrópoles