O desparecimento e morte de Honestino Guimarães: 50 anos de violência e silêncio

Faz meio século que Honestino Guimarães, ativista estudantil da Universidade de Brasília (UnB), desapareceu misteriosamente. A forte militância de Honestino contra a ditadura brasileira o levou a um destino inesperado e trágico. Sua história ainda ecoa em seu círculo afetivo, que busca por respostas e manter sua memória viva.

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Quem foi Honestino Guimarães?

A trajetória de Honestino, nascido em Itaberaí (GO), foi marcada por um ativismo incansável e por arrestos frequentes, sendo levado à prisão seis vezes. Sua última detenção, em 10 de outubro de 1973, no Rio de Janeiro, foi seguida pelo seu desaparecimento. Ele tinha apenas 26 anos na época. Seu paradeiro se tornou uma incógnita, gerando aflição e angústia em sua família e amigos.

Como a família lidou com o desaparecimento?

O desaparecimento de Honestino, anunciado através de um telegrama recebido por sua mãe, Maria Rosa, desencadeou uma peregrinação da família por quartéis e prisões. Após duas semanas em vão, a esperança de encontrar Honestino começou a se dissipar. Honestino havia sumido sem deixar rastros, levando consigo um pedaço de seus entes queridos.

Honestino Guimarães: uma figura de resistência

Honestino Guimarães não foi somente um estudante ou filho desaparecido, mas uma figura significante de resistência contra a ditadura. Sua postura corajosa e fiel aos seus ideais refletiu em seu envolvimento na União Nacional dos Estudantes (UNE) e no movimento Ação Popular. Mesmo com seu desaparecimento, seu legado permanece vivo e inspirador.

Como a memória de Honestino Guimarães é mantida viva?

Apesar de não terem mais perspectiva de reencontrar Honestino, a família fez questão de manter sua memória viva. Seu sobrinho Mateus Guimarães, por exemplo, vem realizando pesquisas sobre a história da família. A filha de Honestino, Juliana Guimarães, também carrega consigo as lembranças do pouco tempo que passaram juntos e o mantém vivo em suas memórias. Além disso, a história de Honestino é contada e compartilhada em homenagens, como a ponte na cidade de Brasília que leva o seu nome.

Apesar do clima de incertezas e do silêncio que rondou o desaparecimento de Honestino Guimarães, sua trajetória continua sendo fonte de inspiração e reflexão sobre a importância de lutar por aquilo que se acredita, mesmo em tempos de adversidade.