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Verdade por trás do crime: quem são os desmatadores do Amazonas?

A verdade sobre o desmatamento do Amazonas

Entre os vários problemas enfrentados pela região amazônica, a exploração madeireira ilegal é um dos mais críticos, gerando consequências devastadoras. De acordo com um levantamento inédito realizado pelo site Intercept Brasil, em meio à pior seca do século, a exploração madeireira tem estado no centro das atenções.

Um nome que se destaca nesse contexto é o de Elmar Cavalcante Tupinambá, avô do famoso tiktoker da capivara, Agenor Tupinambá. De acordo com o levantamento, Elmar foi multado em mais de R$ 1,2 milhão por crime ambiental pelo Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas).

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Imagem: reprodução/ BBC

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Como a exploração madeireira afeta a qualidade do ar em Manaus?

O desmatamento da floresta por agropecuaristas na região metropolitana de Manaus, ao longo de décadas, é aponta como um dos fatores responsáveis pela fumaça que cobriu a cidade desde outubro, de acordo com o Ibama. Um levantamento realizado pelo Intercept com base em relatórios do órgão e do Ipaam revelou os nomes de alguns dos desmatadores que contribuíram para o fumaceiro.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que, dos 506 focos de incêndio registrados em outubro no Amazonas, 258 foram em Autazes, cidade localizada a 112 quilômetros de Manaus e possuidora da maior bacia leiteira do Amazonas.

Qual o impacto da pecuária no desmatamento do Amazonas?

A cidade de Autazes chamou a atenção por ter perdido ao menos 580 hectares de floresta desde 2005, área equivalente a quase 540 campos de futebol. O espaço de vegetação deu lugar a pastos que hoje alimentam um rebanho de 96 mil bois e búfalos. São cerca de 13 animais por quilômetro quadrado, um número 13 vezes maior que a média estadual.

Como consequência, a cidade liderou o ranking nacional de focos de incêndio em outubro de 2023. A fumaça das queimadas que chegou a Manaus, oriunda dos municípios vizinhos, fez com que a capital se tornasse a segunda pior cidade do mundo para respirar.

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Imagem: reprodução/ Brasilagro

Quais as implicações jurídicas para os responsáveis pelo desmatamento?

Elmar Cavalcante Tupinambá, citado anteriormente, foi multado em fevereiro de 2022 pelo Ipaam por destruir ou danificar mais de 240 hectares de floresta nativa. O valor das multas soma mais de R$ 1,2 milhão, sendo ele responsável por 42% do desmatamento registrado no município nas duas últimas décadas, segundo os dados disponíveis nos sistemas de consulta pública do Ibama e do Ipaam.

Os desmatadores que agem de maneira ilegal em Autazes, incluindo Tupinambá e Silva Júnior, além de outras 10 pessoas, somam multas que superam R$ 5,2 milhões no decorrer dos últimos 10 anos.

No entanto, esses nomes representam apenas uma parte do problema. Segundo Joel Araújo, superintendente do Ibama no Amazonas, muitas pessoas praticam crimes ambientais sem serem descobertas, situação que se agravou durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Imagem: reprodução/ Imazon

Um olhar para o futuro

A questão das queimadas e do desmatamento na região amazônica necessita de uma atenção e mobilização urgentes por parte do governo, órgãos responsáveis e sociedade civil. A proteção ambiental e a manutenção da biodiversidade são cruciais para a preservação do planeta e para o bem-estar das próximas gerações.

Redação

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