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Estudantes estão mais agressivos após pico da pandemia, dizem professores

Houve um aumento da violência nas escolas após o retorno das aulas presenciais, e de acordo com os profissionais da educação, isso ocorreu porque no período da pandemia, em que as escolas estavam fechadas, os estudantes desaprenderam a viver em coletividade.

Um dos relatos dos profissionais da área, foi de uma escola em Petrópolis, Região Serrana do Rio, onde tinha um grupo de crianças com brincadeiras agressivas. Inventaram de fazer perguntas a um aluno na sala, e sempre que ele errava uma, sofria agressões. A mãe da vítima relata que as agressões foram constantes.

“Ele levou três socos. O primeiro foi dentro de sala de aula, o segundo foi no intervalo do recreio e o terceiro foi no ponto de ônibus, vindo para casa”.

O caso foi tão grave, que o menino perdeu um dos testículos e enfrenta um quadro grave de depressão.

Outra profissional, conta que, na escola onde trabalha em São Paulo, a agressão foi voltada a ela. 

“Aconteceu que uma criança, eu fui impedi-la de subir na mesa, que já não é adequada, aí ela cuspiu no meu rosto. A escola está com um problema social grande, está com um problema emocional grande, colegas adoecendo”.

Profissionais afirmam que a violência aumento pós pandemia

Realizada uma pesquisa com mais de 5 mil entrevistas em todo o país, descobriu-se que 7 em cada 10 educadores dizem que a violência aumentou na reabertura das escolas depois do período mais crítico da pandemia e que os alunos estão mais agressivos, tanto entre si, quanto com os professores.

A pesquisa também demonstrou que o resultado é o mesmo tanto na rede pública quanto na rede privada, em todas as regiões do país.

Os profissionais entendem que no tempo em que as escolas ficaram fechadas, uma parte das crianças e dos adolescentes desaprendeu o convívio social. Está mais difícil respeitar regras, ouvir, controlar as emoções.

bullying
Imagens: Ninhos do Brasil

“Eles primeiro tiveram que lidar com uma situação de isolamento e agora precisam lidar com a situação de volta ao convívio social. Então esse momento de volta também é um momento difícil, assim como o momento de se isolar foi difícil”.

Soluções para a agressividade dos estudantes

Uma escola pública da Zona Sul de São Paulo realizou uma comissão de mediadores, para tentar driblar as dificuldades de convívio enfrentadas entre os jovens estudantes.

A ideia é que as crianças aprendam a lidar com as diferenças e a pensar antes de reagir.

“É fundamental o conflito, sem o conflito não tem como eu trabalhar uma forma de eles conhecerem outras formas de se relacionar através do respeito”.

Em outra escola do interior paulista, a diretora optou por se fantasiar para tentar alegrar as crianças, para que eles aprendam novamente a brincar juntos 

“Nada melhor do que a alegria, a leveza, e descontração para ajudar as nossas crianças a enfrentar as suas emoções, os seus medos, as suas frustrações. Então a gente faz esse resgate da música, da brincadeira, do lúdico, e traz para dentro da sala de aula que automaticamente vai para fora da sala de aula, vai dentro da casa das crianças”.

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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