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A história macabra de um serial killer que aterrorizou famílias e desafiou a justiça

O serial killer “bicho papão”, canibal e pedófilo, que enviava cartas para os pais das pequenas vítimas, descrevendo os crimes: Hamilton Howard Fish nasceu em 1870, Washington, D.C., sendo o mais novo de três irmãos. Ele ficou órfão aos 5 anos de idade. Sua mãe era 43 anos mais nova que o marido e, após o falecimento deste, ficou com várias responsabilidades e teve de tomar algumas atitudes drásticas.

Fish foi para um orfanato, pois a mãe não tinha condições para cuidar dele. Desde sua chegada, sofreu de maus-tratos: foi açoitado, espancado e humilhado.

A história macabra de um serial killer que aterrorizou famílias e desafiou a justiça.
Imagem: Reprodução/Mega Curioso

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Serial killer desenvolve interesse pelo sadomasoquismo

Com o tempo, percebeu suas inclinações sadomasoquistas. Ele gostava da dor e também se animava ao aplicá-la aos outros. O ambiente que cresceu não era saudável para uma criança e, além disso, existia um grande histórico de transtornos mentais em sua família: dois tios foram internados em clínicas psiquiátricas, um irmão foi declarado louco, outro era alcoólatra, e sua mãe dizia ter alucinações.

Fish deixou o orfanato aos 9 anos, já que a situação de sua mãe havia melhorado, então, ela recuperou o filho. Depois disso, ele mudou seu nome para Albert Fish, pois tiravam sarro de seu antigo nome no orfanato.

Atraído por pessoas do mesmo sexo e gostava de criminosos

Na adolescência, se envolveu com um garoto e, ao perceber sua atração por meninos, passou a frequentar banheiros masculinos para observar enquanto se trocavam. Ele desenvolveu gosto pela coprofagia (ingestão de fezes) e pela urofilia (sentir prazer com urina). Teve início, também, seu interesse por criminosos.

Ele começou a pesquisar sobre assassinos em série e canibais, com quem se identificava especificamente. Aos 20 anos, ele se mudou para Nova York e, nessa época, como foi confessado anos depois, começou a estuprar meninos.

No intuito de ajudar a estabilizar a vida de Fish, sua mãe arranjou um casamento para o filho em 1898, com uma mulher nove anos mais nova. Eles tiveram seis filhos, que testemunharam atos estranhos do pai, mas nunca foram abusados ou espancados.

Mesmo comprometido, o serial killer continuou com as relações extraconjugais e com os estupros. Suas vítimas eram principalmente crianças, muitas com menos de 6 anos de idade. Conforme seu sadismo aumentava, Fish desenvolvia interesses como castração, automutilação e mutilação sexual e, algumas vezes, até praticou esses atos nas vítimas que sequestrava e abusava. Albert foi preso pela primeira vez em 1903.

Nos anos seguintes, ele seria detido algumas vezes. As acusações incluíam roubo, uso de cheques sem fundos e envio de cartas obscenas para algumas agências de casamento que anunciavam no jornal.

Sua esposa o abandonou para viver com outro homem em 1917. Essa rejeição afetou ainda mais a saúde mental de Fish, que começou a ouvir vozes e ter alucinações. Isso eventualmente fez com que se tornasse um obcecado com religião e com o pecado.

Albert acreditava que podia extinguir a culpa por meio da dor. Por isso, fazia punições em si próprio. Costumava fincar sua pélvis com agulhas – algumas tão profundo que não podiam ser removidas – e até chegou a colocar um algodão com álcool em seu ânus, no qual ateou fogo.

Albert aguardava pacientemente a criança que havia escolhido ficar sozinha para, então, ganhar a confiança pela imagem de “bom velhinho” e fazer com que ela o seguisse. As crianças poderiam ser vítimas de abusos, sequestro, e, posteriormente, tortura, assassinato e canibalismo.

Primeiro caso de homicídio

O primeiro assassinato aconteceu em Wilmington, 1910. A vítima foi um garoto chamado Thomas Bedden. Em 1924, Francis X. McDonell, de 8 anos, foi encontrado morto em uma floresta próxima a Staten Island.

O assassino teria o perseguido por dias. A causa da morte de Francis foi estrangulamento, mas o corpo também apresentava fortes sinais de espancamento. Em 1927, Billy Gaffney foi sequestrado no Brooklyn, enquanto brincava com outro garoto de três anos.

Os dois desapareceram, mas o menor foi encontrado e, quando questionado sobre Gaffney, ele apenas respondeu que o “Bicho Papão” o levou, apelido pelo qual Fish ficou conhecido. O corpo de Billy nunca foi encontrado. Anos depois, Albert confessou e narrou friamente o homicídio.

O garoto foi torturado com chicotadas, além de ter orelhas e nariz amputados e a boca cortada até as extremidades do rosto. Fish ainda disse que a criança faleceu após ter seus olhos retirados. Não satisfeito, Albert bebeu o sangue que escorria pelo cadáver e, por isso, foi apelidado de “Vampiro do Brooklyn”. Ele, então, esquartejou o corpo e selecionou algumas partes para uma refeição. Fish ainda comentou: “Sua carne era melhor do que qualquer peru assado que já comi”.

Serial killer matou menina de 10 anos

O fim de Fish teve início com o assassinato de Grace Budd. O assassino mudou seu modus operandi: vendo anúncios de emprego em jornais, o de Edward Budd lhe chamou a atenção. Ele foi até a casa da família e se apresentou como Frank Howard, agricultor que queria empregar o jovem.

No início, o plano era levar Edward, porém sua vítima mudou ao conhecer a irmã mais nova, Grace Budd, de 10 anos. Na segunda visita, o serial killer levou morangos e queijo e assim foi convidado para o café da manhã com a família. Antes de ir, convenceu os pais a deixarem Grace acompanhá-lo num suposto aniversário. Ela deveria retornar antes das 21h, o que não aconteceu. No endereço de Fish, nada foi encontrado.

A polícia investigou o caso e distribuiu folhetos, porém, a menina de 10 anos nunca foi encontrada.

Carta do criminoso à mãe da menina

O responsável pela investigação foi o detetive William King, que nunca desistiu. Seis anos após o desaparecimento e algumas semanas após o caso ser dado como encerrado, a mãe de Grace recebeu uma carta do assassino. A carta contava os detalhes do crime, desde o momento que decidira sequestrar Grace, para comer sua carne, até os detalhes do assassinato, esquartejamento e cozimento da carne.

Muitos não acreditavam na veracidade da carta; porém, King seguiu todas as pistas. Um símbolo no envelope o levou até uma proprietária de um local onde Albert morou. Em dezembro de 1934, o serial killer retornou ao local e a mulher avisou a polícia, que logo chegou e o prendeu.

Após sua prisão, ele contou sobre suas primeiras intenções de matar Edward Budd. Fish confessou quatro assassinatos e cerca de 100 vítimas de abuso sexual. Entretanto, King acreditava que ele era o autor de outros crimes.

Condenação para o serial killer

O julgamento do serial killer começou em 11 de março de 1935, em Nova York, e durou 10 dias. A defesa alegou insanidade e Fish dizia que ouviu vozes de Deus, que ordenavam matar as crianças. A acusação afirmava que, mesmo sendo um psicopata sexual, Albert tinha ciência do que fazia.

Albert Fish foi julgado como são e condenado à morte na cadeira elétrica. O serial killer foi executado em 16 de janeiro de 1936, em Nova York.

Como o sadomasoquista que era, suas últimas palavras referiam-se à sua morte: “A emoção suprema, a única que nunca experimentei”. Albert Fish ficou conhecido por alguns apelidos, como “O Homem Cinzento”, “O Avô Assassino”, “O Lobisomem da Wysteria” e “O Vampiro do Brooklyn”. Em 2007, foi lançado o documentário “Albert Fish”. No mesmo ano, saiu o filme “The Gray Man”, inspirado na vida do serial killer.

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