Mansão de R$ 1 milhão demolida na Rocinha pode ser de famoso traficante Johny Bravo
A mansão, que possuía uma piscina, servia como espaço de lazer para os criminosos
Uma mansão de luxo na Rocinha foi demolida pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) na manhã de quarta-feira, após ser descoberto que o local estava sendo usado como ponto de encontro para festas relacionadas ao tráfico de drogas, de acordo com informações da Polícia Civil. As autoridades suspeitam que a propriedade pertence a John Wallace da Silva Viana, também conhecido como Johny Bravo, o líder do tráfico na comunidade. A mansão, que possuía uma piscina e servia como espaço de lazer para os criminosos, estava situada na área conhecida como Roça.
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A residência de dois andares com uma ampla área externa foi construída na região sem autorização legal, de acordo com a Prefeitura. Estima-se que foi investido cerca de R$ 1 milhão na construção da mansão, que ocupava aproximadamente 450 metros quadrados de terreno. A investigação revela que a construção ocorreu de forma ilegal, sem supervisão técnica. O espaço de lazer da mansão incluía uma piscina de três metros de profundidade, equipada com escorregador e contendo mais de 100 mil litros de água. A piscina apresentava um design azulejado e iluminação interna, complementada por uma cascata.
Durante a demolição, a equipe da Seop notou que a área, embora ainda em construção, já estava sendo utilizada. Próximo à piscina, foram encontradas uma churrasqueira, carvão e sacos de lixo com garrafas de bebidas vazias.
Apesar de ser conhecido como Johny Bravo, uma referência ao personagem de desenho animado caracterizado por sua aparência musculosa, cabelos longos, calças justas e atitude sedutora, John Wallace da Silva Viana, líder do tráfico na Rocinha, demonstra aversão a fotografias e vídeos, além de possuir uma natureza vingativa. Em 2020, ele ameaçou matar uma pessoa responsável por registrar imagens que o mostravam em um baile funk, onde ele estava cercado por uma escolta armada e numerosos fuzis, inclusive na presença de crianças.
Em uma das fotos obtidas pela polícia, ele aparece trajando roupas pretas ao lado de comparsas armados e vestidos com camuflagem. O traficante ostenta um fuzil, um colar de ouro e anel que formam a inscrição “Rogério 157”, em referência ao traficante Rogério Avelino da Silva, ex-chefe do tráfico na Rocinha, detido em 2018 e condenado a 32 anos de prisão. Rogério 157 destituiu a liderança de José Carlos de Souza Silva, o Gênio, e o substituiu por Johny Bravo e Leandro Pereira da Rocha, o Bambu, acusado de ser o principal responsável pela morte do soldado Filipe Santos de Mesquita em 22 de março de 2018.
Mesquita confrontou Bambu, mas não conseguiu identificá-lo imediatamente. Após um curto período de tempo, os seguranças de Bambu vieram em seu auxílio e atiraram quatro vezes no soldado. Em abril deste ano, a Polícia descobriu uma mansão usada pelo traficante Rafael Alves, o Peixe da Vila Aliança, dentro da comunidade localizada em Bangu, Zona Oeste do Rio. A propriedade de dois andares ostentava recursos luxuosos, como lustres e uma escada de granito. Ele foi preso em operação realizada pela Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Em novembro de 2019, a Polícia Civil já havia identificado outra mansão vinculada ao tráfico
Em meio às modestas casas da comunidade do Jacarezinho, Zona Norte, um grandioso prédio de quatro andares equipado com artigos de luxo se destacou durante operação policial em janeiro do ano passado. A residência pertencia a Adriano Souza de Freitas, o Chico Bento, identificado em relatório de inteligência da Polícia Estadual como o mais destacado “líder livre” da região. Um vídeo revelou vários quartos, incluindo a área externa com piscina e churrasqueira. Há pouco mais de um ano, em novembro de 2019, a Polícia já havia descoberto outro casarão ligado ao tráfico de drogas, desta vez no morro da Serrinha, em Madureira, Zona Norte.
A investigação indicou que o imóvel pertencia ao traficante Wallace de Brito Trindade, conhecido como Lacoste. Com a chegada da polícia, ninguém foi encontrado. O espaço estava decorado com itens luxuosos, incluindo uma piscina. Um vídeo gravado pelos policiais mostrava o interior do casarão, que possuía um terraço com espaço gourmet, paredes grafitadas com imagens de jogadores do Flamengo e vista panorâmica da comunidade. Nos quartos também foram encontrados materiais de construção, sugerindo um esforço contínuo de ampliação e valorização da já imponente localização, que se notabilizou não só pelas suas dimensões como também pela qualidade dos materiais utilizados nos seus acabamentos.
Em 2017, a luxuosa residência do então chefão do crime da Rocinha, Rogério 157, foi descoberta pela polícia. Durante uma das diligências de busca do criminoso, o imóvel foi localizado — com suíte, banheiro social, cozinha americana, sala de estar e jantar e varanda. Além disso, em 2010, durante a ocupação do Complexo do Alemão, agentes da Polinter encontraram uma mansão que se acredita pertencer a um dos chefões do crime do Morro do Alemão, o traficante Polegar.
A informação à época partiu do delegado Túlio Pelosi. A mansão tinha uma piscina, que as crianças locais usaram logo depois que a polícia assumiu o controle da área. Segundo Pelosi, a casa do traficante fica a 300 metros da esquina da Estrada do Itararé, na Rua Joaquim de Queiroz, assemelhando-se a um apartamento de alto padrão na Zona Sul. A propriedade está equipada com ar condicionado central, banheira de hidromassagem, piscina e quatro TVs LCD.
Fonte: Extra
