Massacre do Curió: primeiros réus de crime com 11 mortes serão julgados
No dia 20 deste mês, às 9 horas, no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, a Justiça do Ceará irá julgar quatro réus suspeitos de envolvimentos na Chacina do Curió, que ocorreram há sete anos na região da Grande Messejana, em Fortaleza . Além desses quatro réus, há mais de 30 pessoas que serão julgadas ainda este ano, juntamente com outros 16 acusados.
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Na fatídica madrugada de 15 de novembro de 2015, um total de 11 pessoas foram assassinadas por policiais militares. O Ministério Público do Ceará afirmou que os crimes foram motivados por vingança pela morte do soldado Valtemberg Chaves Serpa, que havia sido assassinado horas antes enquanto protegia sua esposa durante uma tentativa de assalto no Bairro Lagoa Redonda. O MP revelou que os quatro primeiros suspeitos a serem julgados foram responsáveis por uma morte e também por lesões em outras três pessoas, que sobreviveram.
Segundo a decisão da Justiça do Ceará, um total de 20 testemunhas será convocado para depor no julgamento. Esse grupo inclui sete sobreviventes, quatro testemunhas de acusação e nove testemunhas de defesa. Os quatro aguardados que serão julgados também serão interrogados. Além desse primeiro julgamento, que marca o início de uma série de processos relacionados ao caso e envolve um total de 30 réus, mais 16 acusados têm previsão de serem julgados em duas sessões futuras, agendadas para agosto e setembro. Serão oito réus em cada uma dessas sessões.
A complexidade do caso se dá pelo grande número de réus envolvidos, que inicialmente eram 44
Conforme a Justiça do Ceará, à medida que os demais acusados estiverem aptos para julgamento, novos dados serão marcados para que o júri decida se eles são culpados ou inocentes dos crimes. A complexidade do caso se dá pelo grande número de réus envolvidos, que inicialmente eram 44. A Justiça decidiu pronunciar 34 réus e despronunciar outros 10, devido à falta de expectativas suficientes de autoria ou participação nos autos. Dos pronunciados, três tiveram o processo encaminhado para a Vara de Auditoria Militar e um faleceu durante o trâmite, restando assim 30 acusados.
Para agilizar o julgamento, o processo foi dividido em três partes, totalizando mais de 13 mil páginas. As investigações conduzidas pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI) e pelo Ministério Público indicam que os policiais militares réus foram responsáveis pela morte de 11 homens em quatro bairros diferentes da região da Grande Messejana. Dentre as vítimas do massacre, quatro eram menores de 18 anos, enquanto três tinham entre 18 e 19 anos. Uma vítima tinha 41 anos e apenas possuía dois registros anteriores na polícia: uma por acidente de trânsito e outra por falta de pagamento de pensão alimentícia.
Fonte: G1