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Como a PF utilizou mensagens, áudios e postagens para confrontar depoimentos sobre tentativa de golpe de Estado

Nos últimos meses, depoimentos prestados por militares, aliados e ex-ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro têm sido peças fundamentais em uma investigação conduzida pela Polícia Federal, que visa esclarecer uma suposta tentativa de golpe de Estado. O que torna esses interrogatórios ainda mais intrigantes é a forma como a PF utilizou uma gama diversificada de evidências, incluindo mensagens de texto, áudios e até postagens nas redes sociais, para confrontar as declarações dos envolvidos.

Dos 27 intimados a depor, um número significativo, 14 indivíduos, optaram por permanecer em silêncio. Entre esses, encontram-se figuras proeminentes como Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o coronel da reserva do Exército e ex-assessor Marcelo Câmara, entre outros.

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Foto: Reprodução/gov.br

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PF contou com a cooperação de 13 pessoas

Por outro lado, os outros 13 indivíduos decidiram cooperar com as autoridades. Para esses, a PF traçou uma série de perguntas que visavam esclarecer a cronologia dos eventos relacionados à suposta trama de golpe. Um exemplo disso foi o caso do ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior, a quem foi apresentado um texto atribuído a Walter Braga Neto, em que o mesmo supostamente incitava ação contra Baptista Junior. Diante dessa evidência, Baptista Junior respondeu às indagações do delegado, negando qualquer participação em ações de golpe e esclarecendo seu entendimento sobre o texto em questão.

Outro depoente, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, foi confrontado com trechos de uma reunião ministerial realizada em julho de 2022, na qual ele fazia referências a uma atuação mais incisiva. Torres justificou essas falas como uma diretriz para combater crimes eleitorais de forma proativa.

Em um dos depoimentos mais intrigantes, o coronel da reserva Laércio Vergílio afirmou ter conversado apenas sobre a “situação política do país” com outros militares em conversas privadas. No entanto, os investigadores confrontaram essa afirmação com uma possível postagem de Vergílio em uma rede social, relacionada ao tema do golpe de Estado. O coronel admitiu a possibilidade de ter feito o comentário, mas alegou não se recordar do contexto preciso da postagem.

Esses depoimentos destacam a complexidade e a minúcia com que a PF conduz suas investigações, utilizando uma variedade de fontes de informação para esclarecer os eventos em questão. Enquanto o caso continua a se desenrolar, o público aguarda ansiosamente por mais revelações sobre essa intrigante saga política.

Redação

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