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PM presa por rapto no interior do Ceará é denunciada por homicídio e ocultação de cadáver

Uma policial militar (PM) do Ceará virou ré na Justiça Estadual por homicídio qualificado (por motivo fútil e praticado por grupo de extermínio) e ocultação de cadáver, que teve como vítima um homem que foi raptado, em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), e corpo segue desaparecido há mais de um mês.

A denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra a PM Maria Aline do Nascimento Rodrigues foi apresentada no dia 7 de dezembro deste ano e recebida pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Maracanaú, na última terça-feira, 13 de dezembro.

“Cerifica-se que a denúncia expõe satisfatoriamente o fato criminoso, constando a qualificação devida da acusada, a classificação do crime perpetrado e o rol de testemunhas a ser ouvido”

Os investigadores suspeitam que outros agentes de segurança estejam envolvidos no crime, mas não foram identificados formalmente até o momento. A PM foi presa quatro dias após o rapto. 

A defesa da PM não foi localizada para comentar a decisão judicial e a acusação do Ministério Público.

MPCE denuncia PM por homicídio e ocultação de cadáver no interior do Ceará

Conforme a denúncia do MPCE, na tarde de 7 de novembro do ano corrente, na Rua Martins de Lima, bairro Alto Alegre, em Maracanaú, Clezio Nascimento de Oliveira, de 32 anos:

“Foi sequestrado à força por quatro pessoas, todas utilizando modus operandi de agentes de segurança pública, sendo, por enquanto, identificada como uma das participantes apenas a policial militar Maria Aline do Nascimento Rodrigues (que aparece nos vídeos captados da ação delitiva)”.

“A vítima foi arrebatada em frente à própria residência quando estava acompanhada de outras pessoas. Os suspeitos estavam armados, usando coletes e balaclavas, quando forçaram Clezio a entrar no carro (Sandero, cor branca, de placa QUK6G08)”

As investigações descobriram ainda que a placa filmada era “clonada” (ou seja, a placa verdadeira do automóvel era outra) e que o veículo utilizado na ação criminosa pertencia a uma familiar da PM.

A 1ª Vara Criminal da Comarca de Maracanaú também determinou a extração de dados de três aparelhos celulares apreendidos com a policial militar, pela Polícia Civil, com o objetivo de chegar aos outros suspeitos de cometer o crime e elucidar a motivação.

O corpo de Clezio Nascimento de Oliveira está desaparecido desde que ele foi raptado, na tarde de 7 de novembro último. 

“A vítima Clézio fazia uso de tornozeleira eletrônica, mas no dia do fato criminoso, o sinal foi interrompido logo no inicio da ação criminosa”

A esposa de Clezio afirmou à Polícia que ele emprestava dinheiro a juros (o que caracteriza agiotagem) e que o mesmo havia sido preso pela última vez há 8 meses, mas desconhecia se ele pertencia a alguma facção criminosa.

A mulher contou ainda que buscou notícias de Clézio em vários hospitais para saber se o mesmo tinha dado entrada em algum, mas até o presente momento, não teve mais notícias da vítima. 

O que demonstra que estamos diante de um caso de execução (homicídio) com posterior ocultação de cadáver, conclui o MPCE.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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