Violência na Amazônia chama atenção: homicídios, estupros e feminicídio estão acima da média nacional
Estatísticas de criminalidade
Os municípios localizados na Amazônia Legal apresentam índices mais elevados de violência com casos como homicídios, estupros e feminicídios em comparação com a média nacional. Paralelamente, enfrentam uma escassez de policiais e recursos na área de segurança pública, quando contrastados com outras regiões do país.
Cartografias da violência na Amazônia
Os resultados do estudo “Cartografias da Violência na Amazônia,” conduzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Instituto Mãe Crioula, lançado recentemente, evidenciam a situação crítica na região.
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Os dados revelam que o contingente de policiais militares na Amazônia Legal é de aproximadamente 60 mil servidores, resultando em uma média de um PM para cada 83 km². Em contraste, a média nacional é de um policial para cada 21 km².
Necessidade urgente de recursos
Destaca-se também a carência de infraestrutura em um território de dimensões gigantescas para impedir a escalada de violência.
As secretarias de segurança pública dos nove estados que compõem a Amazônia Legal contam com apenas 19 aeronaves e 24 helicópteros. Essa falta de recursos é especialmente marcante ao se considerar que a Amazônia Legal abrange uma área 20 vezes maior que o estado de São Paulo, que possui mais helicópteros em sua Polícia Militar do que toda a região amazônica.
O papel do garimpo e da exploração
O diretor-presidente do FBSP, Renato Sérgio de Lima, destaca que a falta de estrutura na Amazônia tem raízes históricas relacionadas ao modelo de ocupação baseado em atividades como garimpo, extração de madeira e borracha. Essas atividades se concentram em áreas da floresta com menor densidade populacional, denominadas “grandes vazios,” dificultando a presença efetiva do Estado. Lima explica que o narcotráfico ocupou esses vazios, regulando a vida das pessoas na região.
Uma aliança preocupante
As facções criminosas na Amazônia Legal, identificadas em número de 22, estão associadas ao garimpo e ao desmatamento ilegal. O Primeiro Comando da Capital (PCC) se destaca como a principal facção, com células internacionais em países como Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela. A presença dessas facções afeta 23% dos municípios amazônicos, impactando quase 60% da população local.
Drogas e a atuação das forças armadas
Apesar do papel crucial das Forças Armadas nas fronteiras, que atravessam boa parte da Amazônia, as apreensões de drogas por esse órgão são notavelmente baixas.
Em contrapartida, as polícias estaduais e federal registraram aumentos significativos na apreensão de cocaína na região nos últimos anos. Essa disparidade destaca a necessidade de uma compreensão mais aprofundada, por parte das Forças Armadas, sobre o combate ao tráfico de drogas na Amazônia, crucial para desarticular o papel fundamental que a região desempenha na economia do crime.
A importância da colaboração e da ação
Diante desse panorama desafiador, urge uma discussão sobre a compreensão e ação das Forças Armadas na Amazônia. A região tornou-se um ponto central na economia do crime, e uma resposta eficaz demanda uma abordagem integrada, incluindo a cooperação ativa das Forças Armadas para enfrentar os desafios crescentes.