Controle dos discursos de ódio na internet é crucial para combater a violência nas escolas
Violência nas escolas: um desafio das plataformas digitais
A violência dentro das escolas brasileiras se tornou um assunto de extrema importância em 2023. Recentemente, um relatório apresentado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) levantou importantes diretrizes sobre o assunto. Especialistas apontam que o cyberbulling e a disseminação do discurso de ódio,presente em várias plataformas digitais, são questões a serem contornadas no combate a esta violência.
O relatório do MEC, contou com contribuições de cerca de 70 especialistas, incluindo o professor Daniel Cara, da Faculdade de Educação da USP. Dentre as propostas estavam medidas para o governo federal tomar, visando prevenir e combater o aumento do número de ataques nas escolas.

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Como plataformas digitais influenciam neste cenário?
Daniel Cara chama atenção para o fato de que várias plataformas digitais, apesar de terem a capacidade de fazer uma análise precisa sobre os desejos de consumo de seus usuários, negligenciam ações efetivas no controle do discurso de ódio que lá é propagado.
Além disso, Cara destaca que os atentados perpetuados em escolas brasileiras, como os ocorridos em Realengo (2011), Suzano (2019) e Aracruz (2022), foram inspirados no famoso atentado de Columbine, ocorrido em 1999 nos Estados Unidos. Segundo ele, no caso brasileiro, a ação é potencializada pelas chamadas “subcomunidades de ódio mobilizadas por uma estrutura neonazista, misturada com misoginia e racismo”.
O que pode ser feito para combater violência nas escolas?
Daniel Cara ressalta a necessidade urgente de controlar o discurso e os conteúdos de ódio nas plataformas digitais para combater a violência nas escolas. Após a divulgação de um relatório relevante, algumas plataformas digitais já começaram a colaborar para reduzir esses conteúdos perigosos.
Adicionalmente, ele destaca a importância do papel educativo das escolas na prevenção da violência escolar e no combate ao extremismo. É crucial que as escolas atendam estrategicamente às necessidades do corpo docente para criar um ambiente de respeito e segurança.
Para prevenir a violência nas escolas, o especialista também enfatiza a necessidade de uma formação abrangente da comunidade escolar. Esta formação deve incluir a identificação de sinais de risco de ataques e orientações sobre controle parental na internet.
Ao concluir, o professor reitera que o acesso ao relatório e a implementação de suas estratégias são passos importantes. “É um fenômeno complexo, mas é essencial agir contra o problema”, afirma.
Na luta contra a violência nas escolas, é essencial que cidadãos, instituições educacionais, governos e plataformas digitais trabalhem juntos. Assim, contribuímos para a criação de um ambiente escolar mais seguro e harmonioso.
