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Ditadura no Chile: entenda como o país puniu os militares que cometeram crimes durante o regime

O legado da ditadura Pinochet no Chile: 50 anos após o golpe militar

Setembro de 1973 marca um período sombrio na história do Chile. Nesse mês, o governo de Salvador Allende foi derrubado pelas Forças Armadas, dando início a 17 anos de um regime autoritário liderado por Augusto Pinochet. Mesmo após 50 anos, o debate sobre as memórias e resquícios dessa época persiste na sociedade chilena.

A derrubada do governo Allende ocorreu em um violento bombardeio ao Palácio de La Moneda, em Santiago, no dia 11 de setembro. Com o controle do país, Pinochet estabeleceu um regime militar marcado por inúmeros abusos de direitos humanos e repressão aos opositores. Hoje, casos de tortura, sequestro e homicídios ainda estão em processo de julgamento, tendo já resultando na condenação de mais de 1.500 militares chilenos.

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Imagem: Jornal de Brasília.

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Como o Chile lida com a memória da ditadura Pinochet?

O Chile tem uma trajetória complexa e multifacetada no que se refere à justiça de transição – um conceito que engloba a apuração de fatos, reparação às vítimas e reconciliação da sociedade após ditaduras. No entanto, o país se destaca em relação ao Brasil nesse quesito, mas mostra-se ainda intermediário quando comparado à Argentina. Ainda assim, o Chile tem sido incisivo na condução de processos e punições contra militares envolvidos em crimes durante o regime autoritário.

O processo de punições teve início lento, com o sistema judiciário ainda sob influência do regime. Com o passar do tempo e o afastamento das proeminentes figuras associadas à Pinochet, processos foram gradualmente ganhando impulso. No entanto, o ponto de virada ocorreu em 1998 quando a Justiça chilena estabeleceu que a Lei da Anistia não valia para crimes de lesa-humanidade.

Punições e influência persistente da ditadura Pinochet

Apesar dos avanços na responsabilização das atrocidades cometidas durante a ditadura Pinochet, ainda persistem elementos que apontam para uma ruptura apenas parcial com o regime. Exemplos disso são a manutenção da Constituição da época e a prisão de Punta Peuco – um presídio construído para abrigar agentes do regime condenados, conhecido por suas acomodações confortáveis e privilégios.

A difícil reconciliação com o passado

Cinco décadas depois do golpe militar, o Chile ainda lida com as feridas abertas pela ditadura Pinochet. Os desafios perduram, desde a identificação e busca pela verdade sobre as pessoas desaparecidas durante a ditadura, até a reparação adequada às vítimas e seus familiares. Recentemente o país começou a analisar a elaboração de uma nova Constituição, marcando uma nova fase na luta pelo reconhecimento e reconciliação com o passado.

Neste cenário, é importante relembrar e aprender com o passado para evitar a repetição de violações no futuro. Como muitos outros países que viveram sob ditaduras, o Chile enfrenta um longo caminho em direção à justiça, à memória e à paz.

Fonte: Terra

Redação

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