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E agora? Brasil bate recorde HISTÓRICO com 4 armas de CACs roubadas, furtadas ou extraviadas por dia

Roubo e tráfico de armas compradas legalmente por CACs aumentam exponencialmente

Nos últimos anos, temos presenciado um fenômeno preocupante no Paraná, embora não restrito a este estado. Armas de fogo adquiridas legalmente por colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CAC) têm encontrado seu caminho para os braços de criminosos. Segundo informações das autoridades policiais e especialistas em segurança pública, este fenômeno não é de todo incomum.

No dia 25 de junho, um homem de Londrina, um CAC com aprovação do exército, foi liberado após alegar falsamente um assalto com a intenção de esconder a venda ilegal de suas armas. A polícia, incapaz de encontrar qualquer rastro do suposto assaltante, descobriu a trama ao investigar o indivíduo.

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Imagem: reprodução/Edson Dantas

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As armas regulares se transformam em ferramentas do crime

Na casa do colecionador, foram apreendidas 18. Um sinal alarmante de um problema em escala nacional. Os dados obtidos pelo GLOBO realçam a dimensão deste problema. Os armamentos roubados, furtadas ou perdidas atingiram um recorde em 2023, com uma média de 126 ocorrências por mês ou quatro cada dia. Durante os primeiros dez meses do ano, foram registradas 1. 259 ocorrências do tipo, um indicador preocupante do volume de armas trocando de mãos ilegalmente.

Com a fisicalização deixada a cargo da “polícia administrativa”, a exemplo da PM e da Polícia Rodoviária Federal, e apesar da colaboração do Exército, uma grande quantidade de armas acaba nas mãos erradas. O agravante é o relaxamento das regras para obtenção de armamentos por CACs durante o governo de Jair Bolsonaro, período que viu um aumento significativo no número de artefatos e munições que um indivíduo pode comprar.

Armas nas mãos dos criminosos

Entre 2019 e 2022, 5. 014 foram extraviadas por CACs, um aumento de 85% em comparação com os cinco anos anteriores e um número significativo dessas armas acabaram no mercado ilegal. Infelizmente, a prática de simular um roubo de armas regulares para vender para o crime organizado tem sido repetida em outros estados, como no Espírito Santo e Rio de Janeiro.

A falta de alternativas para que os proprietários reclassificadas como de calibre restrito possam entregá-las é alarmante. Oferecer um valor de mercado justo para essas armas da categoria restrita em programas de entrega voluntária poderia ser uma estratégia eficaz para evitar a sua venda no mercado ilegal.

O papel do governo e as ações necessárias

O presidente Lula manteve a permissão para a posse de fuzis e pistolas de 9mm, mas reduziu o tempo de validade das licenças e eliminou o porte de trânsito, medidas que foram vista como um desestímulo para manter as armas. No entanto, são necessarias medidas concretas para recolher as armas de fogo atualmente em circulação.

Como alertou o conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Roberto Uchôa, “é necessário ter uma saída, caso contrário, elas irão para a ilegalidade”. Com o valor atual pago pelo programa de entrega voluntária, muitas armas estão sendo entregues ao mercado ilegal. As autoridades precisam enfrentar esta questão seriamente para manter nossas cidades seguras.

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Imagem: reprodução/ Interativa FM

Redação

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