Territorialização do primeiro comando da capital (PCC) ganha novos contornos no exterior

Investigações recentes trouxeram à tona um crime que tem causado revolta internacional devido à sua brutalidade. O promotor paraguaio Marcelo Pecci foi assassinado na Colômbia, e a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) parece estar por trás deste ato violento. Porém, além do choque desta revelação, chama a atenção também o fato de que esta não é a primeira vez que o PCC alcança manchetes por suas atividades não apenas fora de São Paulo, onde se originou, mas fora do país.

O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, questionou a “criminalidade transnacional” durante a Cúpula das Américas nos Estados Unidos. O chamado vem na esteira do assassinato de Pecci, que foi morto em plena lua de mel na presença de sua esposa. O caso evidencia que a atuação do Primeiro Comando da Capital se expandiu para além das fronteiras brasileiras, alcançando outros países na América Latina, Europa e África.

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Crimes internacionais do PCC: uma realidade?

Há relatos de que o PCC tem extendido seus tentáculos para além das fronteiras brasileiras em busca de domínio sobre o narcotráfico e outras atividades ilegais. Casos recentes exemplificam essa expansão, como o assassinato do promotor Marcelo Pecci na Colômbia e um assalto milionário em Ciudad del Este, Paraguai, em 2017, considerado ‘o assalto do século’.

Como ocorreu o assassínio do promotor paraguaio?

O promotor de Justiça do MP (Ministério Público) do Paraguai Marcelo Pecci foi morto a tiros em uma emboscada em Cartagena, cidade no litoral da Colômbia. No momento do crime, ele passava a lua de mel com a jornalista Claudia Aguilera. Quatro dos cinco suspeitos foram presos e a Procuradoria-Geral colombiana atribuiu o crime ao PCC, uma vez que Pecci liderou uma operação que desmontou parte da estrutura do PCC no Paraguai em 2017.

Outras atuaçãoes internacionais da facção?

As atividades transnacionais da facção não se limitam ao tráfico de drogas. Relatórios da polícia argentina indicaram que pelo menos nove prisões de contrabandistas de vinhos entre maio e junho de 2022 estão ligadas ao PCC. Os vinhos roubados em galpões argentinos, lojas e caminhões de fabricantes eram então transportados por terra para o Brasil, onde eram vendidos no mercado negro.

No Paraguai, autoridades locais atribuíram ao PCC a responsabilidade pelo ‘assalto do século’ ocorrido em Ciudad del Este, quando US$ 40 milhões foram roubados de uma empresa de transporte de valores. O crime foi relacionado ao PCC devido ao idioma falado pelos assaltantes e ao modus operandi utilizado, característico da facção.

Os casos aqui relatados oferecem um panorama de como o PCC tem conseguido se territorializar além das fronteiras do Brasil, gerando preocupação e desafios cada vez maiores para as autoridades internacionais.