PM do Rio já armazena mais de 100 milhões de horas de gravações de ações policiais
A implementação de câmeras de monitoramento nas operações policiais da PM, estão revolucionando a maneira como as ocorrências são registradas e armazenadas. No entanto, este avanço tecnológico traz consigo desafios significativos, principalmente na armazenagem dessas gravações. De acordo com a empresa L8 Group, responsável por implantar câmeras corporais nas forças de segurança no Rio de Janeiro, já foram registradas cerca de 100 milhões de horas de gravações das ações policiais.
O projeto, que teve início em maio do ano passado, foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de diminuir a letalidade policial em favelas. A Polícia Militar do Rio de Janeiro foi a primeira a adotar o uso de câmeras nos uniformes de seus policiais. Atualmente, existem 15.639 câmeras em atividade, a grande maioria utilizadas pela PM.
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Quais são os desafios na implementação das câmeras de monitoramento pela PM?
Uma das principais dificuldades encontradas durante a implementação desse projeto foi a infraestrutura elétrica obsoleta em alguns prédios da corporação e a falta de conectividade em áreas do interior do estado e em favelas cariocas. Em alguns casos, a L8 precisou instalar fibra ótica para evitar o pagamento pelo sinal do tráfico em uma unidade militar. Caso essa solução não fosse possível, a alternativa seria usar a internet via satélite ou o sistema 4G.
Leandro Kuhn, CEO da L8 Group, explica que todas as gravações da PM são armazenadas por um período mínimo de 60 dias e podem ser solicitadas como evidências digitais pelo Judiciário. Segundo ele, a empresa assegura a segurança e a capacidade de armazenamento dessas gravações, que são transmitidas em tempo real para o Centro Integrado de Controle e Comando (CICC), no centro do Rio. Assim, a supervisão, inclusive de agentes da corregedoria, pode acompanhar as ações táticas a distância.
Quais são os próximos passos do projeto?
O projeto de monitoramento com câmeras corporais já está em expansão. A previsão é que até dezembro deste ano outras 3.476 câmeras estejam em funcionamento nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), na Corregedoria da PM, nos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Policiamento de Choque (BPChoque). Além da PM, a iniciativa já conta com contratos com a Secretaria de Polícia Civil (Sepol) e o Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran).
Espera-se que essa inovação possa não apenas contribuir para a justiça e segurança pública, mas também para a melhoria das operações policiais, garantindo que as ações sejam realizadas dentro dos parâmetros legais e respeitando os direitos de todos os cidadãos. A transparência e a possibilidade de revisão e análise das ações também podem ser poderosas para o treinamento e para tomadas de decisão baseadas em evidências.
Fonte: Extra.Globo