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Massacre do Carandiru: confira todos os detalhes ocultos da maior chacina da história do Brasil

Desvendando o massacre do carandiru: A maior chacina brasileira em detalhes

No ano de 1992, a cena prisional brasileira foi marcada por um horrendo episódio que deixaria marcas profundas na história do país. Conhecido como o “Massacre do Carandiru“, esse evento registrou uma das mais violentas ações policiais dentro de uma instituição prisional na história brasileira, resultando na morte de 111 detentos e deixando 110 feridos.

Nos registros oficiais, consta que mais de 3,5 mil tiros foram disparados durante o ocorrido no dia 2 de outubro. No entanto, mesmo após três décadas, muitos detalhes sobre os acontecimentos deste trágico dia ainda permanecem obscuros para a população e as autoridades.

Carandiru
Imagem: reprodução/ EPITACIO PESSOAAE

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O que aconteceu no Carandiru?

Localizada na capital paulista, a Casa de Detenção de São Paulo – popularmente conhecida como Carandiru, era considerada a maior prisão em toda a América Latina. À época do massacre, abrigava em seus sete pavilhões aproximadamente 7.200 detentos, dos quais 2.700 estavam confinados no Pavilhão 9, onde ocorreu a chacina.

De acordo com relatos de sobreviventes, um desentendimento entre dois detentos, identificados como “Barba” e “Coelho”, foi o estopim para a rebelião que culminou no massacre. Após a interrupção da briga e a tentativa fracassada por parte dos funcionários de trancar todos os detentos em suas celas antes do horário permitido, os presos retomaram a ocupação dos espaços do pavilhão e a equipe de segurança acabou abandonando o local.

Como se desenrolou o Massacre do Carandiru?

Com a chegada da Polícia Militar ao Carandiru, os detentos pensaram que seria apenas uma blitz, porém perceberam a gravidade do momento quando observaram pela janela um helicóptero e o “Esquadrão da Morte”, grupo da Polícia Militar conhecido pela brutalidade de suas ações. Diante desta ameaça, a maioria dos presos se recolheu nas celas, aguardando o isolamento por parte dos funcionários. Entretanto, em vez disso, foram surpreendidos por disparos dos policiais, dando início ao massacre.

Toda a ação durou em torno de 15 a 20 minutos. Nesse breve período, os corredores do Pavilhão 9 foram transformados em rios de sangue e a violência fez centenas de vítimas, entre mortos e feridos. Curiosamente, logo após o incidente, a direção do presídio informou à imprensa que a situação estava sob controle e que apenas oito vidas foram perdidas – um contraste gritante com a realidade confirmada posteriormente pela Secretaria de Segurança Pública, que registrou 111 mortes.

Quais foram as consequências do ocorrido?

Após o massacre, ocorrido há mais de 3 décadas, a busca por justiça ainda segue em andamento. Muitos dos responsáveis pela ação brutal seguindo impunes e as vítimas e seus entes queridos sem receber apoio adequado do Estado. A Casa de Detenção de São Paulo, que um dia chegou a ser a maior prisão de toda a América Latina, foi finalmente desativada em 2002 – uma década após o massacre – e hoje, em seu lugar, se encontram o Parque da Juventude, a Biblioteca de São Paulo e algumas instituições de ensino.

A memória do Carandiru continua viva, representando uma página dolorosa e sangrenta da história brasileira. E agora, mais do que nunca, torna-se essencial lembrar deste trágico episódio, não apenas como um lembrete do passado, mas como um chamado para ações efetivas e mudanças necessárias no sistema prisional atual e na maneira como a sociedade e o Estado lidam com a população carcerária.

Carandiru
Imagem: reprodução/ SERGIO CASTRO/ESTADÃO

Redação

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