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Dahmer: entenda o que aconteceu com os policiais que devolveram a vítima

Desde seu lançamento em 21 de setembro, a série “Dahmer – um canibal americano”, lançada pela Netflix, já foi assistida em sessenta países, se tornando um sucesso de audiência. A série true crime alcançou os melhores resultados do streaming desde o lançamento da quarta parte da série “Stranger Things”, sendo assistida em 60 países.

Dahmer confessou ter estuprado, assassinado e esquartejado 17 homens homossexuais, e foi julgado e sentenciado por isso.

Um dos jovens vítimas de Jeffrey, Konerak Sinthasomphone, conseguiu escapar do apartamento do serial killer, nu, machucado e drogado.

Glenda Cleveland, a vizinha que suspeitava de Dahmer, chamou a polícia quando viu a situação do jovem. A trágica morte de Sinthasomphone é recontada no episódio 2 da série de Dahmer: Um Canibal Americano.

Na série, Jeffrey Dahmer atraiu o garoto de 14 anos para seu apartamento, oferecendo-lhe dinheiro para posar nu para fotos. Após, ele drogou e espancou Sinthasomphone antes de tirar fotos de seu corpo inconsciente. Quando Dahmer saiu para comprar cerveja, Sinthasomphone escapou e foi encontrado do lado de fora por Glenda Cleveland, vivida por Niecy Nash, que chamou a polícia. 

Dahmer convenceu os policiais de que Sinthasomphone era seu hóspede de 19 anos chamado John Mung, que havia bebido demais.

Os 3 oficiais envolvidos foram John Balcerzak, Richard Porubcan e Joseph Gabrish.

Balcerzak repetiu suas perguntas para testar se Dahmer estava dizendo a verdade, e suas respostas foram sempre as mesmas. Ao mesmo tempo, o oficial Joseph Gabrish questionou Sinthasomphone, que não conseguiu responder. Pouco depois, o oficial Richard Porubcan chegou ao local para fornecer apoio a Balcerzak e Gabrish.

Como ocorreu a morte de Konerak Sinthasomphone por Dahmer após a negligência dos policiais

Na vida real, o caso ocorreu em 27 de maio de 1991, onde Sandra Smith e Nicole Childress encontraram Konerak Sinthasomphone do lado de fora do apartamento de Dahmer e imediatamente chamaram a polícia, acreditando que o menino não tinha mais de 11 ou 12 anos. 

Quando os policiais chegaram, Dahmer havia retornado e estava segurando o Sinthasomphone, que a polícia alegou não ser suspeito porque o Sinthasomphone não estava tentando escapar. 

Os policiais questionaram Dahmer, que respondeu educadamente a tudo, inclusive dando ao oficial John Balcerzak suas informações pessoais.

Os três policiais levaram o Sinthasomphone de volta ao apartamento de Dahmer após o interrogatório, com Gabrish e Porubcan tendo que carregar fisicamente o Sinthasomphone para dentro. No apartamento de Dahmer, os policiais afirmam não ter encontrado nenhum sinal de agressão e viram as fotos quase nuas de Sinthasomphone espalhadas, o que os convenceu de que o casal estava em um relacionamento consensual. 

Dahmer
Imagem: OAV Crime

Acreditando que tudo estava certo, os policiais deixaram o Sinthasomphone com Dahmer e o jovem de 14 anos foi assassinado 30 minutos depois.

Quando Dahmer foi preso em julho de 1991, ele confessou que havia estrangulado o Sinthasomphone momentos após a saída dos policiais.

Ele relata que se os policiais tivessem investigado a fundo seu apartamento na ocasião, teriam encontrado o corpo de outra vítima em seu quarto. 

Após a prisão de Dahmer, uma gravação de Gabrish e Balcerzak fazendo piadas homofóbicas sobre reunir os “amantes” tornou-se público e foi duramente criticado. Os dois oficiais foram demitidos, enquanto Porubcan foi brevemente suspenso.

Ambos, Gabrish e Balcerzak foram reintegrados alguns anos depois e receberam salários atrasados, mantendo a alegação de que fizeram o melhor possível com as informações de que dispunham. 

Balcerzak tornou-se o presidente do Sindicato da Polícia de Milwaukee e os dois policiais se aposentaram no final de 2010, apesar de seu envolvimento na morte de Konerak Sinthasomphone.

Fonte: TheNexus

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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