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Danny Rolling, o Estripador de Gainesville

Danny Rolling, o Estripador de Gainesville

Não era isso que eu queria, mas essa é a estrada diante de mim agora, e vou andar nela feito homem! – Danny Harold Rolling

A PERSONALIDADE

Nascido em 26 de maio de 1954, na cidade de Shreveport, Louisiana, Danny Harold Rolling foi submetido a um relacionamento abusivo por parte de seu pai, o policial Tiago Rolling.

Sua mãe, Claudia Rolling, outra vítima do comportamento de seu marido (assim como seu filho caçula, Kevin), tentou se separar por diversas vezes, porém, sem sucesso.  

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Danny Rolling com sua família

Durante sua juventude, teve enormes dificuldades de se adequar ao comportamento social esperado, sendo dispensado do serviço militar e cometendo diversos roubos no estado da Geórgia. Fugiu para o estado da Flórida em 1990, mais precisamente para a cidade universitária de Gainesville, onde praticou seus mais célebres delitos.

OS CRIMES

Danny deu início à sua série de homicídios no dia em que seguiu Sonja Larson e Christina Powell até o apartamento em que as calouras da Universidade da Flórida residiam. Dentro do imóvel, estuprou Christina e, utilizando uma faca de caça, esfaqueou por diversas vezes as jovens e, ao final, mutilou seus corpos.

A polícia local foi acionada na tarde do dia 26 de agosto, quando os pais de Christina relataram que a filha do casal não atendia ao telefone e nem a porta da residência. Chegando ao local, os policiais encontraram os corpos.

Sonja Larson estava em sua cama, com lesões de defesa em seus braços, e Christina estava com as mãos atadas e apresentava evidências de que havia sido violentada sexualmente. Os corpos haviam sido lavados com detergente no chuveiro das vítimas, em uma tentativa de eliminar possíveis vestígios de material genético deixados pelo homicida.

Antes mesmo de a polícia terminar os trabalhos na cena do crime, outra ligação informando o desaparecimento de uma jovem foi recebida. Christa Hoyt, de 18 anos, não apareceu em seu trabalho e nem atendia ao telefone.

No apartamento de Christa os policiais a encontraram decapitada, com os mamilos cortados e com seu corpo aberto do tórax ao osso púbico. Também estuprada, esfaqueada e com fitas adesivas utilizadas para amarrá-la, o modus operandi denunciava que havia um serial killer na cidade de Gainesville.

Com três homicídios em apenas 12 horas, a população estava em pânico, e muitos universitários apavorados com o que estava ocorrendo retornaram para suas cidades. Uma força tarefa especial com mais de 150 investigadores foi criada, além da ajuda da Patrulha Rodoviária da Flórida e da Guarda Nacional, que passaram a trabalhar em conjunto nas investigações.

Como resultado do trabalho da perícia, foram encontradas folhas de papel toalha com vestígios de sêmen nas residências onde ocorreram os dois homicídios. Em 1990, os exames de DNA demandavam um tempo considerável, o que atrasou o andamento das investigações.

Na manhã do dia 28 de agosto, a universitária Tracy Paules foi encontrada morta em seu apartamento. Seu corpo apresentava os mesmos sinais das vítimas anteriores. O amigo de Tracy, Manuel Taboada (com quem dividia o apartamento), também foi encontrado morto em seu quarto.

O campus foi fechado e mais de 30 mil estudantes retornaram para suas cidades. Muitos habitantes, com medo, compraram armas de fogo, e, durante a noite, helicópteros com holofotes sobrevoavam a cidade à procura do agora chamado “Estripador de Gainesville”.

A polícia procurou por homicídios semelhantes ocorridos em outras cidades, e se depararam com um crime não solucionado ocorrido em 04 de novembro de 1989 em Shreveport (cidade natal de Danny), Louisiana, onde uma universitária chamada Julie Grisson, seu pai e seu sobrinho, foram mortos a facadas, e o corpo da jovem havia sido amarrado com fita adesiva. Com 23 itens semelhantes nas cenas dos crimes ocorridos em Shreveport e em Gainesville, a polícia entendeu que existia uma ligação entre os delitos.

Em meio às inúmeras ligações que a polícia recebia, uma despertou a atenção dos investigadores. Uma família informou que havia abrigado um homem chamado Danny Rolling, que apresentava comportamentos estranhos, e logo foi convidado a se retirar da residência.

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Um muro foi pintado em homenagem às vítimas dos crimes

Logo, Danny Rolling foi localizado em um presídio na cidade de Ocala, no estado da Flórida. Danny havia sido preso por roubar uma loja em 07 de setembro, e coincidentemente os homicídios em Gainesville haviam cessado.

Julie Grisson, vítima do homicídio em Shreveport, havia sofrido uma mordida nos seios. O material genético foi coletado, mas nunca submetido à análise laboratorial. O tipo sanguíneo do autor era “B positivo”, presente em apenas 8% da população norte-americana, porém, compatível com o tipo sanguíneo do autor dos crimes em Gainesville.

Diante disso, a polícia solicitou os arquivos de Danny Rolling no serviço militar, e foi constatado que seu tipo sanguíneo também era “B positivo”. Durante uma consulta com o dentista da prisão, coletaram seu material genético de algum material descartado e tudo se confirmou.

Danny Harold Rolling era o “Estripador de Gainesville”.

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Danny Harold Rolling era o “Estripador de Gainesville”

O JULGAMENTO

Em um primeiro momento, Danny Rolling alegou inocência em relação aos crimes a ele imputados, mas algum tempo depois confessou a autoria dos delitos.

Em 20 de abril de 1994, Danny foi condenado à pena de morte. Em 25 de outubro de 2006, 15 anos após os crimes em Gainesville, e com diversos recursos indeferidos, ocorreu sua execução, através de injeção letal.

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Danny Rolling alegou inocência em relação aos crimes

Antes de morrer, Rolling recebeu a visita de seu irmão e de conselheiros religiosos. Sua execução atraiu a atenção da imprensa nacional e de ativistas contrários à pena de morte.

A história dos homicídios em Gainesville inspirou o filme “Stab” (lançado no Brasil com o título de “Pânico”), de 1996, que se tornou um clássico dos filmes de terror e uma referência para o universo da cultura pop.

Eduardo Dutra Barbosa

Advogado (MG)

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